“Um Católico Reformado” de William Perkins é uma obra fundamental do teólogo puritano inglês, que tenta estabelecer um meio-termo entre o catolicismo e o protestantismo reformado. Publicado em 1597, o livro procura definir o que é ser um “católico reformado” — ou seja, um cristão que mantém os aspectos essenciais da fé universal, rejeitando os elementos que, segundo ele, não estão em harmonia com as Escrituras.
Perkins apresenta uma defesa sólida dos princÃpios reformados ao mesmo tempo em que se distancia de práticas e doutrinas especÃficas do catolicismo romano que, em sua visão, contradizem o Evangelho. No entanto, ele destaca que muitas tradições e práticas compartilhadas por ambas as vertentes são aceitáveis, contanto que estejam fundamentadas nas Escrituras.
O autor estrutura seu argumento em tópicos teológicos como a doutrina da justificação, a natureza dos sacramentos, e a relação entre fé e obras. Ele visa demonstrar que os reformados ainda podem considerar-se católicos no sentido universal, pois compartilham as crenças fundamentais do cristianismo histórico, embora rejeitem o que considera inovações teológicas da Igreja Católica.
A obra é amplamente considerada uma tentativa de apaziguar as divisões e ao mesmo tempo defender a fé reformada com firmeza, procurando atrair aqueles que se veem como católicos, mas simpatizam com o pensamento reformado. Perkins também enfatiza a importância da BÃblia como autoridade final e convida os cristãos a reexaminarem as práticas e doutrinas pela ótica das Escrituras.