“Ensine-nos a contar os nossos dias para que tenhamos um coração sábio”.
(Salmo 90.12)
A vida é frágil e curta. À medida que Moisés se aproximava do fim de seus dias nesta terra, ele reflete sobre este ditado:
“Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens. Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite. Tu os arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada; de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca”.
(Salmo 90:3–6)
Ao refletir sobre as gerações passadas, Moisés viu algo mais; a humanidade é pecadora e sofre as consequências do pecado.
“Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Diante de ti puseste as nossas iniquidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos. Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos. Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido”?
(Salmo 90.7-11)
À luz das realidades gêmeas da brevidade e pecaminosidade da vida humana, Moisés faz esta simples oração:
“Ensine-nos a contar os nossos dias para que tenhamos um coração sábio”.
(Salmo 90.12)
Cada túmulo que você vê contém os restos mortais de uma pessoa sábia ou de um tolo. Aqueles que contavam seus dias eram sábios. Aqueles que não o fizeram eram tolos. Há três razões pelas quais devemos aprender a contar nossos dias. A primeira é:
NOSSOS DIAS SÃO CURTOS
A maioria das pessoas percebe que vai morrer um dia, mas vive suas vidas como se esse dia estivesse longe, mas o dia da nossa morte não está longe.
Da perspectiva de Deus, nossas vidas são como a grama e as flores que brotam de manhã e à noite estão murchas e murchas.
Esse fenômeno era bastante familiar para Moisés e seus leitores originais. Nas regiões desérticas e semidesérticas deste mundo a chuva é tão assustadora que as plantas literalmente têm apenas algumas horas para florescer e se reproduzir. Mesmo em uma região muito chuvosa como a nossa, a floração da primavera dura muito pouco. Olhe para as flores murchando – é assim que sua vida é curta!
Claro, é preciso uma perspectiva eterna para ver isso e é por isso que Moisés pede a Deus que o ensine a contar seus dias. Somente com a ajuda de Deus podemos entender adequadamente quão fugazes são nossos dias aqui nesta vida. Sem essa perspectiva eterna, erraremos nas prioridades da vida. Jesus contou uma parábola que ilustra isso.
“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstrui-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.”.
(Lucas 12:16–21)
A maioria das pessoas estão vivendo suas vidas como este homem. Muitos que estão fora da igreja, reconhecem que deveriam estar adorando a Deus com o povo de Deus, mas, segundo eles, estão ocupados demais para a adoração corporativa.
O que é mais importante do que Deus? No que eles estão investindo o pouco tempo que têm nesta vida? Sono extra? Jogos de futebol? Redes Sociais? Prazeres desta vida? A triste realidade é esta, no final de suas vidas, seus celeiros terrenos estarão cheios, mas seu tesouro no céu estará vazio!
Não desperdice sua vida! Peça a Deus que o ensine a contar os seus dias, para que você alcance um coração sábio. A segunda razão pela qual precisamos orar esta oração é:
NOSSOS DIAS SÃO CHEIOS DE PECADOS E MISÉRIAS
No versículo onze, Moisés faz uma pergunta muito penetrante.
Quem considera o poder da tua ira e o teu furor segundo o medo de ti?
(Salmo 90:11)
Poucas pessoas nos dias de Moisés estavam considerando a ira de Deus contra o pecado, o problema é ainda pior hoje. Pouquíssimos pregadores hoje ousariam pregar sobre a ira de Deus sobre o pecador (e o pecado) e o julgamento de Deus. É por isso que o evangelho bíblico raramente é pregado. O evangelho bíblico oferece uma solução para um problema que as pessoas não pensam que têm. Consequentemente, a Boa Nova de Cristo morrendo por pecadores foi transformada na mensagem de saúde, riqueza, prosperidade e ego (que se tornou virtude para muitos “cristãos”).
É por isso que as pessoas não acham a pregação bíblica prática. Eles querem sermões de problemas “reais”, como autoajuda, hedonismo, egocentrismo, viver feliz, criação de filhos, aconselhamento financeiro e matrimonial. A Bíblia fala sobre essas questões, mas sempre de uma forma que se relaciona com a Grande Mensagem da Bíblia: Cristo como o Salvador de pecadores arrependidos.
É por isso que precisamos da ajuda de Deus para contar nossos dias.
Quando examinamos honestamente nossas vidas à luz da Palavra de Deus, vemos o que Isaías viu.
“Porque as nossas transgressões se multiplicam perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniquidades. Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam”.
(Isaias 59.12; 64.6)
Além de tudo isso, vemos as terríveis consequências do pecado ao nosso redor; o mais óbvio deles é o ódio da humanidade contra o evangelho, o próximo e a morte física. Quão verdadeiras são as palavras que encontramos em Romanos 5.12:
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”.
(Romanos 5.12)
A brevidade de nossas vidas e a feiura do pecado destinam-se a nos ensinar que precisamos do perdão que Jesus oferece. Temos uma breve janela de oportunidade para nos arrependermos de nossos pecados e buscarmos o perdão de Deus.
Após a morte, não haverá segunda chance, apenas julgamento (Hb 9.27). É por isso que o Catecismo de Heidelberg enfatiza que a primeira coisa que todo ser humano precisa saber para sua salvação é “quão grande é o nosso pecado e miséria”. (Perguntas e Respostas 2)
Deus não nos abandonou nem esqueceu; a prova disso é que você está vivo e que está lendo este texto! Em 2 Pedro 3:9, somos ensinados que o Senhor “é paciente para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos cheguem ao arrependimento”.
Isso nos leva à seção final deste salmo.
A terceira e última razão pela qual devemos contar nossos dias é porque…
NOSSOS DIAS PODEM SER REDIMIDOS PELA MISERICÓRDIA DE DEUS
Vamos ouvir Moisés enquanto ele continua a orar.
“Volta-te, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos. Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade. Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos”.
(Salmo 90.13-17)
Somente a misericórdia de Deus pode redimir nossas vidas pecaminosas.
Somente estando unidos a Cristo pela fé, podemos ter alguma esperança de que nossa curta vida nesta terra possa ser redimida e ter algum valor duradouro.
Uma vida vivida à parte do poder redentor de Deus é uma vida desperdiçada.
Nós “contamos nossos dias” lembrando:
- Nossos dias são curtos
- Nossos dias são cheios de pecado e miséria
Ainda mais importante:
- Nossos dias podem ser redimidos pela misericórdia de Deus encontrada em Jesus Cristo!
Autor Anônimo