Devocionais

CONFORTO EM MEIO À CONFUSÃO

A vida cristã é uma vida de fé. Mais precisamente, a vida cristã é uma vida de fé em Deus. É o objeto da fé que dá brilho à fé, e nada mais enriquece, enobrece e estabelece a fé do que o Deus que fez os céus e a terra, que reina em esplendor incomparável sobre todas as obras de suas mãos. Ao olharmos para um mundo que parece a cada dia estar caindo em espirais intermináveis de violência, um mundo que odeia cada vez mais o evangelho de Cristo e o povo de Cristo, precisamos ancorar nossa fé com mais certeza em quem é nosso Deus.

Para alguns, talvez até para muitos cristãos, a soberania de Deus é uma verdade que os deixa perplexos. Eles se perguntam como, se Deus é realmente soberano, Ele permite a morte e a destruição que tanto marcam a face de nosso mundo. Eles confundem a aparente inadequação da soberania de Deus – seu controle absoluto sobre todas as coisas – e a maldade desenfreada que se espalha por todos os cantos da terra. Para a Bíblia, entretanto, a soberania de Deus é o mais profundo dos confortos. Quando o salmista olhou para o mundo de sua época e viu sua maldade e caos, ele escreveu: “O Senhor reina, regozije-se a terra. . . O Senhor reina; tremam os povos” (Sl 97.1; 99.1). Para o salmista, a soberania de Deus não era um quebra-cabeça que ele tinha que resolver, era um consolo que o inspirava. Ele não tentou decifrar os porquês e os porquês da soberania do Senhor. Ele entendeu que os caminhos de Deus eram mais elevados do que os seus caminhos e que os pensamentos de Deus eram mais elevados do que os seus pensamentos (Isaías 55.9).

Mais do que em qualquer outro lugar, vemos o conforto da soberania de Deus na cruz de Cristo. Quando Pedro proclamou Jesus como o Messias-Salvador de Deus no dia de Pentecostes, ele não estava cego para a maldade que levou os líderes judeus a matarem o Autor da vida, mas ele estava absolutamente certo de que, por trás de todos os eventos que levaram à crucificação de Jesus, Deus estava cumprindo seu plano e propósito pré-determinados: “este Jesus, entregue de acordo com o plano definido e presciência de Deus, vocês crucificaram e mataram pelas mãos de homens iníquos”. Envolvendo, anulando e dirigindo sem pecado todos os assuntos dos homens, Deus cumpriu Seu plano e propósito. Ao olhar para a cruz, o mundo simplesmente viu tragédia, fraqueza e derrota. Quando os próprios discípulos de Jesus olharam para a cruz, eles viram o fim de todas as suas esperanças e fugiram em desordem.

A soberania absoluta e incondicional de Deus nos é revelada nas Escrituras para nosso conforto e segurança. Nunca somos solicitados a resolver intelectualmente a aparente dissonância entre a responsabilidade humana e a soberania divina. Somos solicitados (na verdade ordenados) a viver por fé e não por vista (2 Co 5.7). Confiar em Deus é a essência da vida do crente – confiar que Ele é verdadeiramente bom, que ele é sempre sábio e amoroso, que nunca está ausente da vida e das circunstâncias de seus filhos comprados pelo sangue de Cristo.

Há momentos, talvez até muitos, em que nossas circunstâncias pessoais e familiares parecem contradizer o ensino bíblico de que nosso Deus é soberano. Os salmistas costumam ser extremamente honestos em seus clamores a Deus. Eles nunca fingem que a vida de fé é isenta de dúvidas ou medos. Mas repetidamente eles se consolam ao saber que o Senhor da aliança não é indiferente aos seus clamores nem impotente para atender às suas necessidades. Às vezes, os Salmos terminam com uma segurança renovada. Às vezes terminam com tensões não resolvidas. Mas sempre os salmistas se apegam a Deus e confessam que Ele é o Deus deles.

Vivemos tempos conturbados e turbulentos; o bem é chamado de mal e o mal é chamado de bem. Estamos vivendo como nação as terríveis e imensas consequências de nos afastarmos da verdade de Deus. As coisas podem piorar? Sim, apenas leia sua Bíblia. Mas não importa o quão ruim as coisas fiquem, não importa o quão desenfreadamente a maldade se espalhe por toda a terra, “o Senhor Reina”, então que o povo de Deus se regozije e que a terra trema.

De todas as pessoas, os cristãos devem viver com equilíbrio em meio à maldade prevalecente. Conta-se a história de dois homens caminhando por uma cidade selvagem, após a Segunda Guerra. Ao se aproximarem, pararam e olharam um para o outro. Um dos homens cutucou o outro com o dedo e disse: ‘Qual é o fim principal do homem?’ O homem respondeu: “Glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre”. O primeiro homem respondeu: “Eu sabia que você era um menino do Breve Catecismo pelo modo como você andava!” O caos estava por toda parte, mas esses dois homens andavam com equilíbrio porque sabiam que seu Deus reinava.

Reserve um tempo hoje para ponderar sobre a soberania total do Senhor. Permita que esta verdade informe sua mente e acalme seu coração. Viva pela fé, fé em quem é o nosso Deus, e não por vista.

Autor Anonimo

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