
Toda verdade passa por três estágios. No primeiro, ela é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita como evidente por si própria.
Arthur Schopenhauer
Não ENVIEI esses profetas, mas eles correm de um lado para o outro. Não lhes dei mensagem alguma, e ainda assim continuam a profetizar.
Jeremias 23:21 (NVT)
UMA ADVERTÊNCIA
Quando eu disser ao ímpio: certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue de tua mão o requererei.
Ezequiel 3.18
Todo esforço dos crentes com vistas a “avisar o ímpio do seu caminho ímpio”, deve ser apoiado. Observe que esse aviso precisa ser dado. Não é uma mera sugestão, ou mesmo uma opção. Nenhum crente está livre dessa obrigação. Estimular esse aspecto fundamental da proclamação não pode ter objeção. Assim, não há nessa pesquisa uma só palavra contra o esforço legítimo dos crentes em estimular o anúncio do verdadeiro Evangelho que é ajudar o ímpio a sondar seu coração, enxergar o seu mau caminho e arrepender-se confessando a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.
Examinei aqui o que está por trás, as motivações sub-reptícias, o teor sugerido da mensagem e o escopo teológico do grupo que engendrou o circuito de eventos.
Pregadores carismáticos, em princípio americanos, identificando oportunidades de negócio, decidiram unir-se ao pastor BILL JOHNSON da “BETHEL CHURCH”, Redding (CA). Segundo o próprio JOHNSON, formaram uma “rede” de interesses comuns. Esses interesses dizem respeito à possibilidade de implementação de um modelo de negócio que pudesse prosperar no mercado religioso. O sociólogo Mark Sanford Granovetter estudou e formulou uma “teoria dos laços” que explicaria o sucesso de um empreendimento dessa natureza. Esse agrupamento de líderes carismáticos independentes, foi chamado pelos sociólogos Brad Christerson e Richard Flory de “REDE DE EMPREENDEDORES RELIGIOSOS CARISMÁTICOS INDEPENDENTES”, a quem simplificaram para “INC”.
Aqui nesta breve e singela pesquisa, vou simplesmente chamar a união desses empreendedores religiosos de “rede”.
A origem do evento “The Send”, está na “NAR” (Nova Reforma Apostólica). O surgimento dos “apóstolos” modernos entre os protestantes, tem origem na “Catholic Apostolic Church” de Edward Irving (1792 – 1834). Irving foi um jovem pregador, santo do passado. Os seus seguidores formaram o grupo chamado “IRVINGITAS”. Aliás, daquela igreja nascida sob os auspícios de Edward Irving, podemos identificar as raízes de, pelo menos, seis (6) importantes movimentos:
1 – PENTECOSTALISMO MODERNO. 1
2 – MOVIMENTO APOSTÓLICO MODERNO. 2
3 – DISPENSACONALISMO. 3
4 – ESPIRITISMO. 4
5 – TEISMO ABERTO 5
6 – TEOLOGIA DO PROCESSO. (https://www.gotquestions.org – “O que é Teologia do Processo?”.
Entretanto, é com CHARLES PETER WAGNER (1930 – 2016) que o movimento apostólico moderno ganha proporções mundiais. É ele quem o batiza de “NAR” (New Apostolic Reformation). 6
A “NAR” não está associada ao pentecostalismo clássico.
A ideia de C. Peter Wagner era criar um grupo de apóstolos espalhados pelo mundo, através de um processo de transferência de unção (intervivos), aos quais, grupos de crentes deveriam submeter-se sem identidade denominacional. O reconhecimento da autoridade e a valorização desses “apóstolos”, permitirá, aos poucos, a desconstrução das barreiras denominacionais como vemos hoje. A estratégia para o sucesso dessa espécie de “ecumenismo evangélico”, é dar ênfase à prática de sinais e maravilhas.
Ao criticar o denominacionalismo, assim se expressou Peter Wagner:
“É por isso que estamos acostumados a ouvir sobre placas, de diáconos, conselhos de administração, presbíteros, assembleias gerais e assim por diante.”7
Trata-se, na visão de sociólogos americanos, de uma “revolução silenciosa”, que combina técnicas de marketing, música e sinais miraculosos. 8
C. Peter Wagner era titular da cadeira de crescimento de igreja do FÜLLER SEMINARY- Pasadena- USA, substituindo DONALD McGAVRAN (1897 – 1990).
Já são muitos os seguidores, no Brasil e no mundo, do movimento apostólico (NAR) criado por Peter Wagner em 1996.
Há figuras expoentes tais como BILL JOHNSON, MIKE BICKLE, BENNY HINN, KENNETH COPELAND, TODD WHITE, HIDE BAKER e LOU ENGLE. No Brasil vemos o “patriarca” RENÉ TERRA NOVA, VALNICE MILHOMENS, NEUSA ITIOKA, a família VALADÃO, AGENOR DUQUE, entre outros de menor expressão.
Creem que, são empoderados o suficiente para, por si mesmos, promoverem processos de “avivamentos”. Por isso marcam datas para o Espírito Santo agir; sentem-se “controladores” da agenda do Paracleto.
A “Nova Reforma Apostólica” (NAR) não está nesta reflexão estudada de maneira exaustiva, e nem é aqui o meu objetivo cotejar sua “teologia” com a revelação especial. Ofereço informações gerais estimulando a pesquisa. Quem quiser entender os diversos aspectos, motivações, estratégias e teologia da “NAR”, deve consultar, além das “referências” exaradas no final deste trabalho, os seguintes livros:
1 – “A NEW APOSTOLIC REFORMATION? A Biblical Response To a Worldwide Movement” – Douglas Geivett e Holy Pivec – Ed.Lexham Press – 2018 .
2 – “STUDY GUIDE FOR GOD`S SUPER-APOSTLES: Encountering The Worldwide Prophets and Apostles Movement” – Douglas Geivett e Holy Pivec – Ed.Baffin Bay Publ-2017 .
Sobre este o livro, assim se expressou o historiador cristão VINSON SYNAN:
“Dada a explosão dos movimentos apostólicos, os `SUPER-APÓSTOLOS DE DEUS` representa uma pesquisa concisa e valiosa do que está acontecendo em todo mundo. Geivett e Pivec fornecem análises bíblicas e históricas perspicazes, que são úteis para quem quer entender esses movimentos às vezes desconcertantes. Especialmente benéficos são as distinções que os autores fazem entre os ensinamentos das igrejas pentecostais históricas e as visões mais recentes da Reforma Apostólica Nova de líderes como C. Wagner e outros”.
3 – “THE CALL THENSELVES APOSTLES: How Revival Churches Have Benn Hijacked” – PJ HANLEY – Ed. Banner of Love Ministries – 2017.
Trata-se de uma análise da “NAR” e das 7 Montanhas.
4 – “FALSE PROPHETS AMONG US: WHAT IS THE NEW APOSTOLIC REFORMATION AND WHY IS IT DANGEROUS?” – Kent Philpott – Ed.Easthen Vessel Pub – 2017 .
O autor faz um alerta sobre uma “guerra civil cristã” que está sendo travada, de natureza espiritual, mas que é potencialmente física.
5 – “THE NEW APOSTOLIC REFORMATION: History of a Modern Charismatic Movement”. John Weaver – Ed.McFarland – 2016 .
O autor trata dos objetivos últimos do movimento (NAR) para os EUA e para o mundo.
6 – “DECEPTION IN THE CHURCH. The New Apostolic Reformation and The Emergent Church” . Mumbi Kariuki – Ed.Createspace Independent Pub Platform – 2016
7 – “BILL JOHNSON, BETHEL CHURCH, AND THE NAR: A Balanced Observation and Study” – Gary Hal Graff – Ed.Christian Services Network – 2018
O autor decifra a figura controvertida de Bill Johnson e sua igreja.
8 – “THE NEW REFORMATION: NA ASSENTMENT OF THE NEW APOSTOLIC REFORMATION FROM TORONTO TO REDDING”. Frederick Osborn – Ed.Independent Pub – 2016
O autor mostra a ligação entre a “Bênção de Toronto” e a “Bethel Church” de Bill Johnson. Aspectos teológicos e práticos.
9 – “DIVERGENT THEOLOGY; Na Inquiry Into The Theological Characteritics of The Word of Faith, Third Wave Movement and The New Apostolic Reformation” – Richard Moore – Ed. Createspace Independent Pub Platform – 2017
O autor apresenta ferramentas para que o leitor discirna entre a verdade bíblica e as novas tendências teológicas.
10 – “ENTERTAINING DECEPTION: The New Apostolica Reformation Coming To Calvary Chapel Near You “. – Dr.David Newton – Ed.Insights Pub Home – 2017
O autor apresenta respostas bíblicas para combater o engano que se aproxima de nossas igrejas por meio de letras e músicas, técnicas e má hermenêutica de textos bíblicos.
11 – “THE EMERGING ONE WORLD CHURCH: Part 1 – Tossed by Waves” – Gerogie Szendrey – Ed. Independently Published – 2019.
O autor analisa a preponderância dos sinais e maravilhas em detrimento das Escrituras.
.Revivals. How do we tell false fire from the true ?” – Andrew Strom – Ed.Revivalschool – 2012 .
O autor foi companheiro de jornada de Rick Joyner (um dos profetas de Kansas City). Abandonou o movimento ao observar a bizarrice, tendo recobrado a razão ea capacidade de discernimento.
13 – “WANDERING STARS: CONTENDING FOR THE FAITH WITH THE NEW APOSTLES AND PROPHETS”. – Keith Gibron – Ed.Solid Ground Christian Books – 2011 .
O autor trabalha para despertar a igreja sobre a seriedade dos erros que são ensinados pela NAR. Trata-se de uma chamada de volta à verdade.
Um dos envolvidos com a “NAR” é LOU ENGLE.
LOU ENGLE criou, inicialmente, um evento chamado “THE CALL”. Segundo ele, o “The Call” nasceu como resposta às suas orações .9 Questionava-se como poderia “ELE” fazer a América se voltar para Deus. O “THE CALL” estava nascendo então de uma convicção personalista, característica desses líderes carismáticos, que imaginam ter poder para mover a mão de Deus a seu juízo. O modelo era o de reunir em praças esportivas, prioritariamente jovens e adolescentes, para mega shows musicais.
A ideia de cooptar a juventude, não é por acaso. É coisa pensada. Está no projeto (no plano arquitetado) fomentar o experiencialismo, e não a apreensão de verdades. Trabalhar e estimular a fome pelo transcendente faz parte da estratégia. O modelo de reunião escolhido (estádios e grandes auditórios) é uma mensagem subliminar que deve ser introjetada no inconsciente dos jovens, de que eles não devem estar em uma sala para ouvir conteúdos, mas fazerem parte de uma “tribo” que busca “movimentos, momentos e missões”. Isso é aprendido de CAREY NIEWHOF. 10
Mas, seduzir a juventude não é o bastante, porque os arquitetos desses movimentos rodam o mundo em circuito de eventos, e a juventude conectada fica aqui. Por isso torna-se imprescindível a formação de liderança jovem em ambientes onde a interlocução seja restrita. As igrejas precisam formar líderes jovens que não questionem as fórmulas prontas. Líderes maduros (velhos) costumam focar na reflexão, na transmissão de conteúdo, estimulam e permitem o livre pensamento. Isso não atende aos interesses da rede de empreendedores religiosos independentes. Entendem que jovens e adolescentes são suscetíveis à produção de novidades, que substituem a antiga transmissão e defesa de uma ortodoxia. Só que, à medida que esses jovens forem ficando maduros (mais velhos), terão que ser substituídos por outros mais jovens. 11
A possibilidade de a produção de novidades acabar se exaurindo com o passar dos anos, pouco afeta os interesses da rede neste momento. O futuro pouco importa. Os interesses dizem respeito ao aqui e agora. Mas, e quanto ao Reino de Cristo? Que Reino? Ora o Reino!
O centro de coordenação dessas ideias é a Bethel Church de Bill Johnson.
BILL JOHNSON comparou o nascimento do Senhor Jesus Cristo ao maior avivamento da história (1 bilhão de almas da juventude) que está para acontecer, onde o “THE CALL” seria o João Batista anunciando:
Cremos que esse mover de Deus incluirá grandes estádios lotados, talvez sete dias por semana durante vinte e quatro horas, com conversões em massa acompanhadas de milagres, sinais e maravilhas…sinto que o “THE CALL” tem uma semelhança com o papel exercido por João Batista. Assim como João preparou o caminho para Jesus (o maior), o “THE CALL” está preparando o caminho para aquilo que estamos prestes a iniciar – algo altamente maior do que tudo que o mundo já viu. Creio que este momento na história é importante para produzir efeito justo sobre o destino de muitas nações.
[Prefácio de Bill Johnson no livro: “O Jejum de Jesus” de Lou Engle e Dean Brigss- Ed. Vida, 2018]
Além da ousadia da comparação, vemos nesta fala de BILL JOHNSON no livro do dono da marca “THE SEND”, três outros pontos dignos de nota:
1 – Quem vai iniciar “algo que o mundo nunca viu” é a rede de empreendedores (“estamos prestes a iniciar”), e não o Espírito Santo.
2 – Esse “algo que o mundo nunca viu” vai produzir não almas saltando para a vida eterna, mas o um “efeito justo sobre o destino de muitas nações” (política).
3 – O “avivamento” será seletivo. Como o “The Call” (The Send) é destinado a jovens e adolescentes, crianças e velhos ficarão de fora desse “avivamento”.
Passado certo espaço de tempo, diz LOU ENGLE que recebeu a visita de dois líderes da JOCUM: ANDY BYRD e BRIAN BRENNT. Nessa visita esses dois líderes teriam profetizado (sete anos antes) que o “THE CALL” seria substituído pelo “THE SEND”, e com objetivo definido: PARA QUE O “MANTO” DE BILLY GRAHAM FOSSE TRANSFERIDO (charismamag.com- “Major Charismatic Leaders Prophetesy Billy Graham`s Mantle Is About Be Poured Out”).
O que seria esse tal “MANTO”? Segundo a “NAR”, o “manto” refere-se a um poder especial dado pelo Espírito Santo a um indivíduo específico para um determinado propósito. Quando um indivíduo possuidor do “manto” morre, esse “manto” pode ser transferido para outra pessoa. Portanto, a “profecia” de ANDY BYRD e BRIAN BRENNT dizia que o evento “THE SEND” seria para efetivar a transferência desse tal “manto”. Quem seria o beneficiário (o recebedor) desse “manto”? O fato é que o “THE CALL” acabou e, em seu lugar, LOU ENGLE criou o “THE SEND”.
O primeiro encontro desse formato, deu-se no dia 23.02.2019 em Orlando (FL). Brasileiros estiveram lá. É claro que brasileiros com tempo e dinheiro. A origem é sempre o “NAR”. A preocupação última é espalhar a visão de C. PETER WAGNER. As revelações diretas extáticas, os sinais miraculosos sob a liderança de “apóstolos”, torna agora obsoleta a visão conversionista dos protestantes históricos.
É claro que uma alegria intensa pode produzir como consequência momentos de exaltação a Deus e profundo quebrantamento com temor reverencial. No acesso ao dia 01.01.1739 do Diário de John Wesley, ele conta que estava reunido com alguns irmãos na sociedade de Fetter Lane. Ali pelas três da manhã enquanto ele orava, o poder de Deus foi derramado sobre eles, de tal maneira, que alguns gritavam de alegria e outros caíram no chão. Wesley relata no sermão “Sobre a Morte do Rev.Sr. George Whitefield”, pregado na Capela em Tottenham-Court Road e no Tabernáculo, perto de Moorfields,- domingo, 18 de novembro de 1770, que em abril de 1739 George Whitefield fez uma viagem aos Estados Unidos onde pregou o evangelho com intensidade a milhares de ouvintes. Profundamente convencidos de seu estado de perdição, conversões legítimas aconteceram, com milhares clamando alto, em agonia de morte, afundando-se em lágrimas, caindo no chão, clamando por misericórdia. Por grande alegria, ou por profunda convicção de pecado, a história registra esses momentos que não foram planejados e nem provocados pela mente humana.Foi assim também nos dias do Grande Despertamento americano em 1734 com Jonathan Edwards (1703 – 1758). Edwards era contemporâneo de John Wesley (1703 – 1791), pastor congregacional, teólogo calvinista de herança puritana. Foi o instrumento usado por Deus naquele que é considerado o maior de todos os avivamentos ocorridos na história dos Estados Unidos. Naqueles episódios houve também “êxtases”. Entretanto, o Dr. Martyn Lloyd-Jones na obra “Jonathan Edwards e a Crucial Importância de Avivamento”- Ed.PES , diz que Edwards lutou na época em duas frentes: “contra os adversários do avivamento e contra os extremistas; contra o perigo de deixar-se levar pela carne e ser iludido por Satanás” (citado por Alderi Souza de Matos em: “Avivamento Nos Dias de Jonathan Edwards- Relevância atual”- https://cpaj.makenzie.br) . As distorções provocadas pelo inimigo de nossas almas nos momentos de avivamento legítimo, tiram a ênfase em Deus e a colocam nas respostas humanas. Por isso, os estados alterados de consciência devem ser tolerados só quando são consequência “de” e não quando são condição “para”. As alegrias do Espírito Santo sempre sucedem à Sua maravilhosa intervenção, e nunca precedem. Satanás está agindo nessas e outras ocasiões com suas falsificações. Nas revelações diretas extáticas, que observamos em alguns ambientes, diferente daquilo que acontece nos momentos de ações extraordinárias do Espírito Santo (avivamentos), o que vemos são EAC (estados alterados de consciência) provocados por estímulos humanos (ambiente/iluminação/cores/música/ritmos/palavras de ordem) para que neste estado (EAC), o crédulo seja canal da revelação de algum mistério ou mensagem. É isso que C. PETER WAGNER difunde com a “NAR”. Nada de arrependimento ou pregações expositivas das Escrituras. Cristãos nominais aos quais nunca foi pregado a necessidade de profunda convicção de pecado e arrependimento, são reunidos para, movidos pela música, fazerem a prova de que o “cânon” está aberto. Nessa ótica, todos os que compram ingressos para assistirem aos “shows” nos estádios, são contabilizados na lista de “conversões”. Não há nada de novo neste descaminho. Paulo já havia lidado com esta distorção na igreja de Filipos. Werner de Boor identifica como sendo os “judaizantes” aqueles “INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO” que levaram Paulo às lágrimas (Fp.3:18).12 Esses tais sempre estiveram nas preocupações do apóstolo aos gentios (Gal.2:21; 3:1 ss; 5:2; 5:11; 6:14). Quem eram esses “INIMIGOS DA CRUZ”? Paulo faz a clara distinção entre pregar o Evangelho (Cristo crucificado), e pregar sinais miraculosos (I Co.1:22 e 23). Judeus queriam pregação de “sinais miraculosos”. Pedro os identifica como gente que está “entre nós”, em nosso meio. Seu objetivo claro é alcançar LUCRO (fazer dinheiro) – II Pedro 2: 1 a 3. É gente que “INTRODUZIU-SE” em nosso meio (Judas 3, 4 e 11). O escritor sagrado esclarece que esses tais entendem que o escopo do Evangelho está localizado nas coisas aqui na terra (justiça social – sinais miraculosos) – Col.3:1 -, e aponta qual será o fim deles (Fp.3:19). São esses “JUDAIZANTES” (inimigos da Cruz) que aparecem relatados em Mateus 7:22 sendo rejeitados pelo Senhor.
Para levarem a efeito o que planejaram, arquitetaram um plano. A estratégia é atrair jovens e adolescentes contando com a conivência ou a desatenção de líderes mais maduros. A atração musical com palco, luzes, show, espetáculo, é fundamental. O “script” contém palavras de ordem, gritos, chavões, profecias ufanistas, técnicas de neurolinguística, mídia, um teatro destinado a manipular as massas.
Muitos pastores e líderes espalhados pelo mundo, crédulos, especialmente no Brasil, costumam ficar impressionados com os números apresentados pelos “profetas de Kansas City”. 13
Já em 1954 o escritor DARREL HUFF (1913 – 2001) alertava para o uso dos números para manipular.14 Na mesma linha CHARLES SEIFE trata da apresentação dos números para “desarmar céticos” e manipular o público.15
Os números são assim como luzes que atraem mariposas. Há muitos líderes que sonham fazer parte do “time”. Querem aprender o “macete”, a “manha”, o “pulo do gato” para também alcançarem os píncaros da glória humana. Mesmerizados, começam a sonhar com os números estratosféricos. Passam então a declarar: “A Penha é do Senhor!”, “São Paulo é do Senhor!”, o “Brasil é do Senhor!”. Pensam ter descoberto o “caminho das pedras”. Olham com profunda admiração, verdadeiro encantamento, por exemplo, a “grande produção” de DANIEL KOLENDA. KOLENDA é um jovem pregador americano nascido em 1981 que começou a pregar em 1995 com 14 anos de idade. É sucessor do falecido evangelista alemão REINHARD BONNKE (1940 – 2019), líder do movimento “CHRIST FOR ALL NATIONS” – CFAN. Os maiores pregadores ganhadores de almas na história do Cristianismo, tais como Paulo, John Wesley, Dwight L.Moody, Charles H.Spurgeon, Billy Graham, George Muller, William Carey, George Whitefield, Jonathan Edwards, entre outros, “NADA SÃO” se comparados ao “grande”, ao “magnífico”, ao “extraordinário”, ao “espetacular” jovem americano DANIEL KOLENDA . Quem foi Wesley perto do “estupendo” Kolenda? Quem foi “Dwight L.Moody se cotejado com o “maravilhoso” Daniel Kolenda?
Os grandes evangelistas do passado nunca se preocuparam em contabilizar sua produção para o Reino. Porém, historiadores posteriores relatam que:
– John Wesley, de 1738 a 1791 (53 anos), levou a Cristo 1.000.000 de almas. 16
– Dwight Lyman Moody, de 1837 a 1899 (44 anos), levou a Cristo 500.000 almas.17
– William Franklin “Billy” Graham Jr. (Billy Graham), de 1948 a 2011 (63 anos), levou a Cristo 5.000.000 de almas. 18
DANIEL KOLENDA, sozinho, “cara a cara” (face to face), diz que de 1995 a 2019 (24 anos), levou a Cristo nada menos que 21.000.000 (vinte e um milhões) de almas. 19
É “esplendoroso”! Só não é maior que seu “guru” REINHARD BOONKE (1940 – 2019), que em 48 anos de pregação diz ter levado a Cristo nada menos que 75.000.000 (setenta e cinco milhões) de almas. 20
Olhando para a performance de DANIEL KOLENDA, chega a dar “dó” de John Wesley, Moody e Billy Graham. O apóstolo Pedro então (Atos 2: 14 a 41; Atos 3:12 a 26), “coitadinho”, se comparado ao “fenomenal” jovem KOLENDA. KOLENDA foi um dos pregadores anunciados para o “THE SEND-BRASIL” realizado em 08.02.2020.
Tão espetaculares como Kolenda são outros membros da rede. Por exemplo, o casal Baker. HEIDE BAKER e ROLLAND BAKER (mulher e marido). Estão envolvidos com a “Bênção de Toronto”, fato que fundamenta seu ministério.21 De 1997 ao ano de 2017 (20 anos), tendo estabelecido sua visão em Moçambique, dizem ter levado a Cristo 1.000.000 (um milhão) de almas. Enquanto o avivalista CHARLES FINNEY (1792 – 1875), por exemplo, levou durante o seu ministério cerca de 500.000 mil almas a Jesus 22, o casal BAKER levou o dobro até 2017. Mas não é só isso. Enquanto o relato bíblico dá conta do Senhor Jesus Cristo ressuscitando três (3) mortos (Lc.8:41-42, 49-55= filha de Jairo); o filho de uma viúva (Lc.7: 11 a 15) e Lázaro (Jo.11: 1-44) , o apóstolo Paulo durante o seu ministério ressuscitando apenas o jovem Êutico (Atos 20: 9-10) e o apóstolo Pedro só Tabita (Atos 9:9: 36-42) , o “espetacular” e super-ungido casal BAKER (Heidi e Rolland) , segundo o relato de RANDY CLARK , ressuscitou nada menos que 450 (quatrocentos e cinquenta) pessoas.23 Além disso, teriam plantado em Moçambique cerca de 10.000 (dez mil) igrejas. 24
Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), uma espécie de “IBGE” moçambicano, no censo de 2017, os evangélicos e pentecostais somavam 1.926.891 pessoas em Moçambique.25 Isso quer dizer que, em Moçambique, só casal BAKER (Heide e Rolland), teria levado mais da metade dos presentes na estatística a Cristo. RANDY CLARK, que relata com entusiasmo a façanha dos Baker`s em Moçambique, faz parte da rede. Escreveu em parceria com BILL JOHNSON o livro “THE ESSENCIAL GUIDE TO HEALING: Equipping All Christians To Pray For The Sick”- Ed.Chosen Books, 2011. RANDY CLARK também recebeu a “Bênção de Toronto”.26 A conexão entre os membros da rede é intensa. HEIDE BAKER escreveu o livro “BIRTHING THE MIRACULOUS: The Power Of Personal Encounters With God To Change Your Life And The World” – Ed.Charisma House, 2014, prefaciado por BILL JOHNSON . Escreveu também, em parceria com LOU ENGLE (The Send) e BILL JOHNSON (Bethel Church), o livro “AZUZA EM CHAMAS” – Ed.Chara, 2017 . Nesse livro, entre outros dogmas defendidos pela rede, pregam a tal TRANSFERÊNCIA DE UNÇÃO .27
São muitos os membros da “rede”, porém perfeitamente identificáveis. Intercambiam “eventos” e produção literária. CHE AHN, membro da rede, por exemplo, compila o pensamento de seus parceiros na obra “THE REFORMER´S PLEDGE”, Ed.Destiny Image, 2010. Esta obra foi publicada em português em 2014 pela Editora Sete Montes com o nome de “A PROMESSA DOS REFORMADORES”. Lá está registrada a visão de cada um dos seguintes líderes: LOU ENGLE, BILL JOHNSON, C. PETER WAGNER, HEIDE BAKER, JOHN ARNOLD, LANCE WALLMAN, CHUCK PIERCE, CINDY JACOBS, JIM GERLAW e JAMES W. GOLL.
A “rede” tem ainda em seu seio a “JOCUM”, representada por seus fundadores LOREN e DARLENE CUNNINGHAM. A “JOCUM” está umbilicalmente ligada à “NAR” de CHARLES PETER WAGNER.28 A Editora JOCUM, também publicou o livro “GUIA ESSENCIAL PARA A CURA”, de BILL JOHNSON e RANDY CLARK. 30
Todos os membros da “rede” estão comprometidos com seus parceiros. Certamente o “THE SEND – BRASIL” que foi anunciado como um grande “avivamento”, terá desdobramentos imediatos próprios de uma ação especial do Espírito Santo desta natureza. Foi realizado em São Paulo e Brasília no sábado (08.02.2020). A expectativa é enorme. É um divisor de águas no evangelismo pátrio. O Brasil nunca mais será o mesmo. Almas aos borbotões saltarão para a vida eterna; prostíbulos fecharão suas portas; a fome e a miséria serão extintas; o IDH baterá recordes; o Índice de Felicidade dos brasileiros superará em muito ao da Dinamarca; a corrupção política deixará de existir; a criminalidade reduzirá a zero; os cuidados com o meio ambiente serão absolutos; as queimadas cessarão; a Amazônia brasileira será reflorestada; os rios serão despoluídos e o saneamento básico das cidades atingirá a marca de 100%. Os templos evangélicos não comportarão o número de membros. Tudo isso a partir das “maravilhosas” reuniões realizadas nos estádios do Morumbi-SP, Allianz Park-SP e Estádio Nacional-DF no dia 08.02.2020.
Reuniram-se no Brasil (“THE SEND – BRASIL”) os “surpreendentes”, “magníficos”, maiores líderes e teólogos cristãos jamais vistos na história do Cristianismo. Homens que, de tanta santidade e unção, têm autoridade e poder para determinarem o local, a data e a hora para o Espírito Santo agir. O “avivamento” que a história da humanidade jamais presenciou, o maior e o mais espetacular, foi realizado no Brasil. Ninguém nunca mais se lembrará dos episódios do País de Gales, Inglaterra, Jonathan Edwards e Azuza. Ninguém nunca mais falará de Wesley, Edwards, Moody e Billy Graham depois do “THE SEND – BRASIL”. Toda movimentação da rede é sempre divulgada como esplendorosa. Tudo é magnífico, grande, espetacular.
DANIEL KOLENDA diz ter vendido 190 milhões de livros em 104 idiomas (https://www.danielkolenda.com/about). J. R. R. TOLKIEN (1892 – 1973) com sua magnus opus “SENHOR DOS ANÉIS” ficaria com inveja de KOLENDA.31 Que dizer então de John Wesley com seus “livrinhos”?
Esses números encantam jovens candidatos ao estrelato, e até alguns velhos acostumados ao poder. Vejamos o primeiro “The Send”.
No primeiro “THE SEND”, foram expoentes os seguintes pregadores: 32
1 – LOU ENGLE
2 – BILL JOHNSON
3 – BENNY HINN
4 – MIKE BICKLE
5 – DANIEL KOLENDA
Com visibilidade semelhante, comandaram o “show” musical as seguintes figuras:
1 – JESUS CULTURE
2 – JEREMY RIDDLE
3 – STEFFANY GRETZINGER
Vamos dar uma olhada rápida no perfil de alguns pregadores (líderes) no primeiro “THE SEND”:
1) LOU ENGLE
É o dono da “marca” (evento) THE SEND. É o “CEO” da marca. É um líder carismático americano, com ideologia política de direita. Mistura política com religião, convicções ideológicas com oração. É ativista político contra a causa palestina. É fundador de casas de oração espalhadas pelos EUA. Não há nada de errado com a prática de jejuns e orações nos termos bíblicos. O problema surge quando identificamos as motivações e os métodos empregados pela “rede” da qual faz parte LOU ENGLE. A mistura de ideologia política com fé cristã, por via da criação de uma rede carismática que demoniza a ortodoxia, que vê Deus como um ser em processo, que se relaciona com os crentes por meio de revelações diretas extáticas, fazem a identidade desse grupo. LOU ENGLE, companheiro de KENNETH COPELAND, entende que Deus muda constantemente. COPELAND chega a afirmar que “Jesus precisou sofrer nas mãos de Satanás, a fim de completar a obra da redenção, e que qualquer pessoa que tivesse o dom da revelação do conhecimento poderia ter morrido na cruz”.33 Acompanham KENNETH HAGIN (1917 – 2003) no pensamento de que “Jesus se tornou como nós éramos: separado de Deus. Seu espírito, seu homem interior foi para o inferno em nosso lugar…A morte física não removeria os nossos pecados. Provou a morte por todo homem (a morte espiritual)… A morte espiritual significa ter a natureza de Satanás…”34 LOU ENGLE (The Send) faz parte dessa “rede” que defende a TEOLOGIA DO PROCESSO. 35
A “Teologia do Processo” surge nos EUA no século XX com a formulação de seus pressupostos elaborada pelo Dr. CHARLES HARTSHORNE (1897 – 2000) da Universidade de Chicago. Os principais pressupostos dessa “teologia” considerados neste trabalho são:
1) Deus está em mudança. Muda afetado por aquilo que acontece no universo.
2) Nega a divindade de Jesus Cristo quando diz que Jesus não tem nenhuma diferença de qualquer outro homem.
A Cristologia do Dr. Hartshorne acompanha o pensamento do Ebionismo do século 1º., negando a divindade de Cristo. Portanto, nesse sentido, não é original. Essa heresia foi combatida no CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA (451 d.C). É raiz do Cristianismo ortodoxo a união das naturezas, divina e humana de Jesus Cristo, numa única Pessoa. Essa união hipostática está presente em todos os credos do cristianismo histórico. Quando o Rev. John Wesley disse que deveríamos “pensar e deixar pensar”, ou “concordar em discordar” (Sermão: “Sobre a Morte do Rev.Sr.George Whitefield”- 18.09.1770), evidentemente falava de tudo aquilo que não fosse raiz do Cristianismo. A união hipostática na natureza de Cristo É RAIZ DO CRISTIANISMO, mesmo que não tenhamos a luz necessária para um entendimento perfeito, em razão de nossa pequena capacidade de inteligir as realidades espirituais. Porém, a “rede” não só repete a heresia do passado, como a amplia. Quando defende que Jesus Cristo morreu espiritualmente e foi para o inferno, isso deve ser considerado um ato de “LESA DIVINDADE”, um verdadeiro atentado contra a Pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo, que não pode ser tolerado.
Além disso, LOU ENGLE (The Send) é ECUMÊNICO. Recentemente (out/2019), pregou na conferência ecumênica “KAIROS 2019” – Dallas/TX.36 Também esteve com membros da “rede” visitando o Papa Francisco com propósitos ecumênicos.37 LOU ENGLE junto com outros membros da “rede” reuniram-se para orar pelo ECUMENISMO com católicos romanos. 38
O Pentecostalismo Clássico, assim como as igrejas históricas, nunca aceitaram o ECUMENISMO com católicos romanos. Por exemplo, de acordo com a docência do Bispo Anderson Caleb Soares de Almeida, é convicção histórica da IGREJA METODISTA WESLEYANA, e uma das razões de sua existência, o repúdio ao ecumenismo:
“Para compreender nossa teologia, não podemos abrir mão de informações históricas. Nós, metodistas wesleyanos brasileiros, nascemos de um movimento de renovação espiritual eminentemente pentecostal clássico da expressão…Na época nossos fundadores rejeitaram o ecumenismo com o catolicismo romano e a teologia liberal que dominavam o metodismo tradicional”. 39
Diferente do “pentecostalismo clássico”, a “rede” enfatiza os sinais miraculosos como sendo o cerne da mensagem cristã, ignorando por completo a proclamação do Evangelho de arrependimento com suas implicações (perseguição, rejeição, sofrimento…). Pouco importa se as conversões são legítimas ou não. O objetivo é implantar cristãos nominais em posições estratégicas nos centros de poder político das nações (SETE MONTANHAS DA CULTURA), utilizando-se da mídia, com base na profecia de “DEREK PRINCE”, assim descrita pelos pesquisadores seculares BRAD CHRISTERSON e RICHARD FLORY:“…nos últimos dias o povo de Deus deveria se reunir em grandes estádios ou auditórios para longas jornadas de jejum e oração. E quando isso acontecesse, poderiam ver o Espírito Santo sendo derramado sobre todas as pessoas, conforme a promessa que encontramos no livro de Joel no capítulo 2”.40
2) BILL JOHNSON
É fundador da “BETHEL CHURCH”, em Redding (Cal). É pastor sênior daquela igreja desde 1996. Seu pai foi pastor de uma Assembléia de Deus. Inspirou-se em JOHN WIMBER (1934 – 1997), de quem disse ter recebido uma “unção fresca” em 1987. É escritor prolífico sobre o tema recorrente dessa facção teológica: “CÉU NA TERRA”. É o sotaque espalhado. O plano foi arquitetado. Não é por acaso. A ideia espalhada pela “rede” é que Deus irá restaurar o mundo antes da segunda vinda de Cristo à terra. E isso se dará através de sinais miraculosos operado pelas igrejas que estiverem sob o modelo de governo apostólico. Essa ideia precisa ser implantada na mente dos crentes, e a mensagem subliminar escolhida foi essa: “CÉU NA TERRA”. 41
O discurso visa incentivar os crentes a buscarem sinais miraculosos e experiências do impossível. As igrejas vinculadas direta ou indiretamente ao “NAR”, seja através da modificação do sistema de governo, ou mesmo do simples apoio, relativizam a autoridade da Escritura Sagrada como única regra de fé e prática cristãs. Para elas, o “cânon” está aberto, o que justifica a revelação direta como uma das estratégias da “rede”.
Cabe aqui, por exemplo, lembrar o posicionamento firme e insofismável do Rev.John Wesley:
“Não permito outra regra, seja de fé ou de prática, além das Escrituras Sagradas”. 42
E mais,
“Cremos que a Palavra de Deus, escrita, é a única e suficiente regra não só da fé como da conduta cristãs…” 43
E ainda,
“Talvez alguns perguntem: ‘Não devemos, logo, inquirir qual seja a vontade de Deus em todas as coisas? E sua vontade não deve ser a regra de nossa prática?’ Sem dúvida alguma devemos. Como deve, porém, o cristão moderado fazer esse inquérito, conhecer qual seja a vontade de Deus? Não pela espera de sonhos sobrenaturais; não pela expectativa de que Deus a revele em visões; não por aguardar quaisquer impressões particulares ou súbitos impulsos da mente; Não! Mas consultando os Oráculos de Deus. ‘A Lei e ao Testemunho!’ Este é o método geral de conhecer qual seja a santa e aceitável vontade de Deus!”. 44
Por desprezarem a revelação escrita (Bíblia) como autoridade única e suficiente, em flagrante desacordo com as palavras do apóstolo Paulo (I Corintios 1: 21 a 23), decidiram considerar os sinais miraculosos como “pregação do Evangelho”. Quando LOU ENGLE (The Send) fala de “avanço missionário”, fala da prática de sinais miraculosos sob a liderança apostólica. É só isso. É por isso que a “BETHEL CHURCH” de BILL JOHNSON adotou como sua versão oficial da Bíblia a chamada “THE PASSION TRANSLATION- TPT”, do linguista BRIAN SIMMONS. Trata-se de uma paráfrase não declarada como tal. Não a declarou como sendo uma paráfrase porque (Simmons) ao prepará-la, sentia-se espiritualmente autorizado a introduzir os acréscimos que fez. Essa versão (TPT) é cerca de 50% maior do que qualquer outra versão da Bíblia já produzida, justamente em razão dos acréscimos. 45
BILL JOHNSON dirige uma igreja (Bethel Church) que pratica o que é conhecido como “SUCÇÃO DE SEPULCROS”, ou, “IMERSÃO EM SEPULTURAS”. Santos do passado morreram, foram sepultados, e seria um desperdício não recuperar a unção e as revelações que eles tiveram. A unção do morto pode e deve ser recuperada e reaproveitada. Absorver a unção do falecido é uma possibilidade que deve ser praticada. É um avanço da “TRANSFERÊNCIA DE UNÇÃO INTERVIVOS” para “TRANSFERÊNCIA POST MORTEM”. Isso está no livro “THE PHISICS OF HEAVEN”:
Existem unções, mantos, revelações e mistérios que permanecem não reclamados, literalmente onde foram deixados, porque a geração que os tinha nunca os passou. Acredito que é possível recuperar reinos de unção, reinos de discernimento, reinos de Deus que não são atendidos há décadas, simplesmente escolhendo recuperá-los e perpetuá-los para as gerações futuras.
[Judy Franklin da Bethel Church, com Bill Johnson, Beni Johnson, Lary Randolph, David Van Koevering, Bob Jones, Ray Hughes, Cal Pierce, Dan McDcollan and Jonathan Welton – Ed.Destiny Image, 2015] 46
Os membros da “BETHEL CHURCH” de BILL JOHNSON dizem que em seus cultos cai do alto “PÓ DE OURO” e “PENAS DE ANJOS”. 47
BILL JOHNSON e a “rede” que abriga o “THE SEND”, são adeptos do “DOMINIONISMO”:
“O Dominionismo propõe que Deus (através do pecado de Adão) perdeu o controle da terra, que será trazido de volta sob o controle de Deus através de um grande reavivamento do fim dos tempos, liderado por uma `geração de vencedores de Elias`. Esta geração terá poderes semelhantes aos de Cristo, assumir o controle dos principais elementos da sociedade, preparando o mundo para a segunda vinda de Jesus”. 48
A ideia de BILL JOHNSON e da “rede” onde está inserido o evento “THE SEND”, é que Jesus Cristo foi esvaziado de sua divindade enquanto esteve na terra, “e assim seus poderes miraculosos só eram devidos inteiramente ao seu relacionamento com Deus”. 49
3) BENNY HINN
É um velho conhecido pregador ligado ao “NAR”. Suas heresias não conhecem limites, e são abertas para quem quiser vê-las. Não tem a menor preocupação com o disfarce. Não se importa nenhum pouco com a autoridade bíblica, exatamente porque defende a ideia da revelação direta que não admite “cânon” fechado.
São tantas as “pérolas”, que separei apenas umas poucas para exemplo:
Mulheres foram originalmente criadas para darem à luz pelo lado. 50
Eu sou um pequeno messias caminhando sobre a terra. 51
Jesus assumiu a natureza de Satanás, para que todos quantos tinham a natureza de Satanás pudessem participar da natureza de Deus. 52
Costumava visitar os túmulos de duas santas mulheres, KATHRY KUHLMAN e AIMEE McPHERSON, para receber a unção que fui de seus ossos. 53
Adão era um super-ser. Costumava voar. Naturalmente, como poderia ter domínio sobre as aves, sem ser capaz de fazer o que elas fazem?. 54
A Trindade é composta de 9 pessoas. 55
No livro “BOM DIA ESPÍRITO SANTO” – Ed.Renova, p.56 , BENNY HINN diz que o Espírito Santo implorou a ele (Hinn) para que permanecesse em Sua presença:
Hinn, por favor, mais cinco minutos; apenas mais cinco minutos. 56
Deus vai destruir os homossexuais americanos. 57
Deus congelou o mar vermelho com um sopro, quando o dividiu. 58
Cristo compareceu em pessoa na cruzada em Nairobi-Quênia em 2001. 59
4) MIKE BICKLE
Trata-se de um líder cristão americano ligado também à “NAR”. Como todos da “rede”, dedica-se a espalhar a visão apostólica. Exerceu seu ministério na “Metro Vineyard Christian Fellowship”, liderada então por JOHN WIMBER. Destaca-se como um dos “profetas de Kansas City”. Criador da Casa de oração IHOPKC. Diz que já foi ao céu por duas vezes, e que já teve vários encontros pessoais com Deus, e que, inclusive, ouviu (voz audível) Deus falar. 60
Esses líderes ao alardearem esse contato direto com Deus, buscam redefinir o cristianismo ortodoxo que defende a revelação proposicional, promovendo uma “reforma” que leve o homem a diminuir sua dependência de uma revelação escrita, e aumentar seu contato direto com o Criador, por meio de sinais e maravilhas em um modelo “apostólico” de condução dos eventos extáticos. Seria uma espécie de reforma da “Reforma”, tirando os crentes de Genebra e levando-os de volta a Roma. Daí a reaproximação da “rede” com o Papa e a “Santa Sé”. Essa face ecumênica um tanto oculta, precisa aqui ser revelada. MIKE BICKLE é um dos principais líderes carismáticos a estabelecer estreito diálogo com Roma. 61
MIKE BICKLE e a “rede”, têm objetivos bem definidos e estudados cuidadosamente. Não são infantis. Os sociólogos pesquisadores BRAD CHRISTERSON e RICHARD FLORY, dizem no livro “THE RISE OF NETWORK CHRISTIANITY: HOW INDEPENDENT LEADERS ARE CHANGING THE RELIGIOUS LANDSCAPE” que, a “INC”… ”tornou-se um dos grupos de mais rápido crescimento nos Estados Unidos…O verdadeiro poder dessa rede reside na abordagem inovadora para apresentar a fé. Combinam marketing multi-nível, sinais e maravilhas pentecostais e otimismo pós-milenar para se conectar com milhões de fiéis. Isso lhes permite arrecadar milhões em doações, taxas de conferência e vendas de livros e DVD´s… Os apóstolos formaram redes que movimentam muito mais dinheiro, porque eles estão operando com um modelo de pagamento por serviço, ao invés de confiar nas doações das pessoas e sua boa vontade”. 62
Essa “rede” não tem o menor escrúpulo em revelar sua intimidade e livre trânsito pelas regiões celestiais. WILLIAM M. ALNOR traz um relato insuspeito, curioso e revelador acerca da figura de MIKE BICKLE, que se explica por si mesmo, aqui reproduzido:
Bickle e Bob Jones contam a história de um anjo revelando que Deus apareceria para Bickle na forma de outra pessoa chamada “DOM”, em uma visão ou em um sonho. Bickle disse que a visão acabou ocorrendo, e parte de sua mensagem era mostrar a ele que Jesus aparece em milhares de rostos diferentes para retratar algo, disse Bickle. Ele estava tentando dizer: `Sou seu amigo, sou seu amigo familiar e vou lhe mostrar todas as coisas para que você possa se mover no poder do Espírito`. Mais tarde, Bickle relata que durante sua viagem ao céu, Jesus o encomendou para ser um dos novos generais de Deus para liderar seu exército do fim dos tempos. Embora Bickle afirme ter se encontrado com o Senhor pessoalmente, foi uma experiência extracorpórea. Eram 02:16, ele disse, e num instante ele estava lá…Ele estava de pé em uma sala de 20 por 30 pés que tinha nuvens no fundo, no topo e nas paredes. Era o tribunal de Deus. Deus estava na sala, disse Bickle, mas, em vez de aparecer como um ser de luz, Ele era uma presença que Bickle não olhava. Deus o repreendeu por não ter sido paciente o suficiente na escolha de líderes para seu movimento. Mais tarde, o ser ordenou que Bickle andasse em uma carruagem de ouro – uma das cerca de 35 – em uma procissão de líderes, apóstolos e profetas, que se juntariam ao movimento que um dia seria mundial. Bickle disse que durante a viagem Deus não o comissionou como apóstolo. Mas ele disse que entendeu a experiência como significando que, se fosse fiel, teria a oportunidade na graça de Deus de preencher um chamado apostólico. 63
Quanto às revelações diretas defendidas por Mike Bickle e a rede, é conveniente lembrarmos de onde surgiu esse desejo no cristianismo, e um pouco do caminho percorrido nessa prática. No início do século II surge na Ásia Menor (Frígia) um religioso que defendia a revelação direta extática a profetas que estivessem cheios do Espírito. Criou um movimento chamado “Montanismo”. Entendia que as revelações particulares tinham o mesmo valor que as Escrituras. Dizia que era possuído pelo Espírito Santo enquanto estava em estado alterado de consciência. 64
A tentativa de diminuir a autoridade única das Escrituras, é, pois, coisa antiga. Séculos depois, já na época do Puritanismo inglês (século XVII), eis que surge GEORGE FOX (1624 – 1691) com a mesma visão: diminuir a autoridade das Escrituras por via de revelações diretas extáticas a partir de 1652. Liderou um movimento apelidado de “QUACRES” (tremedores), que não aceitava submeter-se à Igreja Anglicana. Era contra organizações clericais; prezava por ações de prática de justiça social e socorro. Defendia que qualquer pessoa (todos os nascidos de mulher), são dotados de uma “LUZ INTERIOR”. Essa “LUZ” é o Espírito Santo. Todos os seres humanos teriam o Espírito Santo. No processo de conversão, homens e mulheres dão ouvidos a essa “voz interna”, inerente à natureza humana. 65
O movimento criado por GEORGE FOX é considerado também como um dos precursores do ESPIRITISMO. 66
O maior teólogo Puritano, JOHN OWEN (1619 – 1683), se opôs com energia às convicções de GEORGE FOX. Dizia JOHN OWEN:
“Se as revelações privadas concordam com as Escrituras, elas são desnecessárias, e se discordarem, elas são falsas”.
Anos depois, o Rev. JOHN WESLEY (1703 – 1791) fez duras críticas contra os “QUACRES” e suas posições acerca das revelações privadas, chegando a afirmar em “UM SÉRIO APELO A HOMENS DE RAZÃO E RELIGIÃO”, em carta ao Arcebispo SECKER :
“Entre mim e os Quakers existe um grande abismo…”
Wesley apontava defeitos no pensamento “QUAKER” (ou QUACRE), tais como: 67
1) “ensina que as revelações do Espírito de Deus, para um crente cristão, não devem ser submetidas ao exame das Escrituras como uma pedra de toque.”
2) “porque ensina a justificação pelas obras”.
Os “QUACRES” não concordavam com o ensino ortodoxo de que a natureza humana é corrupta e escrava do pecado. 68
Os “QUACRES” ensinavam que todo ser humano é capaz, por si mesmo, de sentir Deus, porque todos têm o Espírito Santo que é a “LUZ INTERIOR”. 69
O tempo passou e surgiu na Escócia EDWARD IRVING (1792 – 1834). Jovem pregador presbiteriano, altamente capacitado, eloquente, atraía multidões. Já na Inglaterra (Regent Square – Londres), depois de ler e traduzir a magnus opus do padre jesuíta chileno MANUEL LACUNZA (1731 – 1801) –“LA VENIDA DE MESÍAS EM GLORIA Y MAJESTAD (1811), passou a ensinar em sua igreja o caráter radical da humanidade de Jesus. Esse entendimento cristológico tinha implicações soteriológicas que incomodou o presbitério londrino. Além de pregar, escreveu e publicou sermões sobre o tema:
1) “THE ORTHODOX NA CATHOLIC DOCTRINE OF OUR LORD´S HUMAN NATURE” – 1830;
2) “THE OPINIONS CIRCULATING CONCERNING OUR LORD`S HUMAN NATURE TRIED BY THE WESTMINSTER CONFESSION OF FAITH! – 1830;
Nessas obras argumentava que Jesus, na encarnação, não havia assumido uma humanidade perfeita, incorruptível, mas uma natureza decaída. Também os milagres praticados pelo Senhor não teriam sido operados por sua divindade intrínseca, mas por ter recebido o Espírito Santo quando foi batizado. Foi, por tal razão, condenado pelo presbitério de Londres. Entretanto, era tão querido, que os presbíteros de sua igreja local (Regent Square) sustentaram seu ministério. Portanto, a cristologia defeituosa de IRVING havia sido tolerada.
Cerca de um ano depois (1832), a pneumatologia de Edward Irving causou seu afastamento do ministério. Edward Irving passou a estimular a revelação direta extática como autoridade para condução da vida dos crentes. Nesse ambiente, os chamados dons extraordinários deram causa aos exageros e todo tipo de manifestações estranhas à ortodoxia da época, tendo sido considerado o Rev. Irving, inclusive, um dos precursores do ESPIRITISMO. 70
A “rede” na qual está inserido o evento “THE SEND”, acompanha o pensamento de EDWARD IRVING quanto à cristologia e pneumatologia, não só diminuindo a autoridade da revelação escrita como única regra para a conduta do crente, como defendendo a morte espiritual de Cristo e sua natureza pecaminosa. Por exemplo, TODD WHITE testemunha que KENNETH COPELAND é seu mentor e pai espiritual. 71
COPELAND defende a ideia de que o Senhor Jesus Cristo não teria pagado o preço do pecado na cruz através do sacrifício carnal. Jesus teria morrido espiritualmente e ido para o inferno para pagar o preço do pecado. Diz que “Jesus precisou sofrer nas mãos de Satanás, a fim de completar a obra da Redenção, e que qualquer pessoa que tiver o dom da revelação do conhecimento, poderia ter morrido na cruz, pois todos nós somos deuses…” 72
KENNETH COPELAND, pai espiritual de TODD WHITE, inspira-se em KENNETH HAGIN (1917 – 2003). KENNETH HAGIN, inspirador de KENNETH COPELAND, em sua obra “ZOE: A PRÓPRIA VIDA DE DEUS” – Graça Editorial, diz que “Jesus se tornou como nós éramos: separado de Deus. Porque provou a morte espiritual por todos os homens. Seu espírito, seu homem interior, foi para o inferno em nosso lugar…A morte espiritual significa ter a natureza de Satanás…Lá embaixo na masmorra do sofrimento – lá nos fundos do próprio inferno – Jesus satisfez as reivindicações da justiça para todos nós, individualmente, porque ele morreu como nosso substituto”.73 Esse pensamento acerca da natureza de Jesus Cristo é a convicção da “rede” . Essa “rede” entende que a “expiação só teria efeito pleno caso o Salvador morresse espiritualmente”. 74
São parentes próximos do “ADOCIONISMO” de 190 d.C. 75
Figura obrigatória no circuito de eventos da “rede”, TODD WHITE “ensina que Jesus não era Deus quando nasceu de Maria; que Jesus não era Deus na terra, mas que Jesus era Filho de Deus”. 76
Aqui é importante, uma vez mais, deixar bem claro que a “rede”, da qual faz parte LOU ENGLE (THE SEND), opera de forma a diminuir a autoridade única da Escritura Sagrada. É exatamente por isso que não dão a menor atenção a uma pregação que denuncie o pecado ou fale de arrependimento. Para esse grupo (rede), a exemplo dos “QUACRES”, é o bastante o pecador possuir a “LUZ INTERIOR” (Espírito Santo que todos têm), fazer um mero assentimento ao nome de Jesus, independente de pregação ou pregadores, que está salvo. É por isso que os que compram ingressos no circuito de eventos da “rede”, com um simples assentimento ao nome de Cristo, são contabilizados como “conversões” legítimas. Não há exigência de convicção de pecado, confissão, “tristeza segundo Deus” (II Co.7:10). Há, então, graves desdobramentos soteriológicos que deveriam incomodar o estudioso sério da Palavra de Deus.
Em algumas edições desses “eventos”, lideranças se revezam ao microfone, entre uma música e outra, para estimular os jovens e adolescentes a saírem pelo mundo dizendo que Jesus é o salvador. Não há estímulo algum para o preparo necessário. Jesus treinou os seus doze por três anos. Dizer que Jesus existe e que Ele é o Salvador, não produz conversões legítimas. Quero enfatizar que, o mero assentimento intelectual sem profunda convicção de pecado e sem o arrependimento consequente, é resultado da pregação de um falso evangelho. O “senhor missões”, Oswald Smith” em “Paixão Pelas Almas”, diz que os “pecadores devem sentir tristeza, antes de receberem o consolo”. Pregação que não denuncia o pecado, não produz o arrependimento. Oswald Smith na obra citada continua, dizendo que “É exatamente a falta de convicção de pecado que resulta em reavivamento espúrio, e que frustra a obra de evangelização”. É uma “graça barata” (desvalorizada= perdão sem arrependimento), como diria Dietrich Bonhoeffer.
Agora, vamos conhecer um pouquinho sobre os músicos que lideraram os “louvores” no 1º. THE SEND e sua relação estreita com a BETHEL CHURCH de BILL JOHNSON:
1) JESUS CULTURE
É uma banda que começou no verão de 1999. É da igreja “Bethel Church”, pastoreada por Bill Johnson. 77
2) JEREMY RIDDLE
É um músico, americano, líder de louvor desde setembro de 2011 na igreja “Bethel Church”. É um dos pastores daquela igreja. 78
3) STEFFANY GRETZINGER
É uma cantora gospel (vocalista) da igreja “Bethel Church”. Faz parte da adoração na igreja “Bethel Church”. 79
Como podemos ver, a “BETHEL CHURCH” do pastor BILL JOHNSON, aquela igreja que visita túmulos para sugar unção, tem grande proeminência no evento “THE SEND”.
SEGUNDO “THE SEND” (SP e DF – Brasil)
Aconteceu no Brasil no dia 08.02.2020 nos estádios de futebol do Morumbi-SP, Allianz-Park-SP e Estádio Nacional-DF. 80
Alguns pregadores anunciados não compareceram no “grande avivamento”. A agenda desses “ungidos” que seriam usados como instrumentosno “maior de todos os avivamentos da história do cristianismo”, não bateu com a agenda do Espírito Santo. As verdadeiras razões da ausência de alguns, logo saberemos. Entretanto, os pregadores principais inicialmente anunciados foram:
1 – LOU ENGLE (CEO do “The Send”)
2 – DANIEL KOLENDA
3 – ANDY BYRD
4 – MICHAEL KOULIANOS
5 – TODD WHITE
6 – BRIAN BRENNT
7 – THEO HAYASHI
Esses anunciados como “apoiadores”, fazem parte da rede. O líder desse evento (dono da marca “The Send”) é LOU ENGLE.
Faz parte do time. A linha de pensamento, teologia e estratégia de ação são bem definidas pela “rede”. Anunciaram com grande alarde o maior avivamento da história do cristianismo para o Brasil. TODD WHITE profetizou:
“No The Send, no Brasil, vai acontecer algo que nunca foi visto antes”. 81
Os crentes fiéis à revelação escrita (Bíblia), uma vez encerrados os eventos, farão o teste com base no seguinte texto:
“Se disserdes no teu coração: como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabei que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra dele não se cumprir, nem suceder como profetizou, esta é a palavra que o Senhor não disse: com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele”.
Deuteronômio 18.21-22
O Espírito Santo nos declara através do escritor sagrado (He.1:1) que Deus usou no passado a figura dos profetas para falar a quem Ele queria falar. Hoje, fala-nos através da Palavra de Deus (Apoc.19:13 c/c Jo.1:1, Jo.14:6 e Jo.17:17). Entretanto, a “rede” da qual o evento “The Send” (Lou Engle) faz parte, entende que Deus continua falando como fazia no passado, através de seus profetas. Quem são os profetas através dos quais Deus teria voltado a falar? Eles ! Os que compõem a “rede” de empreendedores religiosos independentes, com seus diversos “eventos” espalhados pelo mundo em circuito.
Todos os dons listados no Novo Testamento têm validade para a igreja. Não é contra isso que se pondera aqui. O que trago a lume são as predições absolutamente desconectadas da revelação escrita, proferidas invariavelmente por homens e mulheres que querem aparecer mais do que aquilo que está sendo profetizado, e, pior que isso, a criação de uma associação de profetas que assume o papel de gerenciamento dos mistérios ocultos sobre o futuro. Para essa “rede”, o “avivamento” é o acesso privativo a esses mistérios, com a subsequente exibição de sinais extraordinários, em um ambiente de sugestionamento das massas, por via da infantilização, emoções provocadas, e entretenimento com vistas a neutralizar a capacidade crítica.
Entre os que comandariam o “avivamento” no Brasil, por exemplo, anunciaram MICHAEL KOULIANOS.
MICHAEL KOULIANOS faz parte da “rede”. É genro de Benny Hinn. É, como os demais, dono de um evento: “CEO da marca = JESUS IMAGE – https://jesusimage.tv”. Está no time. Mantém também uma escola de ministério chamada “JESUS SCHOOL”, cujo corpo docente é composto pelos membros da “rede”, tais como:
BENNY HINN; JESSICA KOULIANOS; DANIEL KOLENDA; LOU ENGLE; TODD WHITE; BRIAN GUERIN: SISTER PINEA; ANDY BYRD; MICHAEL KOULIANOS; STEFFANY GRETZINGER; BANNING LIEBSCHER: JEREMY RIDDER, entre outros. 82 É genro de BENNY HINN.
Escreveu quatro livros. Entre eles se destaca o “HOLY SPIRIT: The One Who Makes Jesus Real” – Ed. Destiny Image, 2017, prefaciado por BILL JOHNSON. Essa obra apresenta um desconhecimento a respeito da atuação do Deus triuno relatada na Escritura Sagrada. O respeitado avivalista do País de Gales, EVAN ROBERTS (1878 – 1951), já em 1909 viu este tipo de ignorância, e vale a pena transcrever sua percepção aqui:
O batismo do Espírito, no entanto, traz o Espírito Santo como uma Pessoa até os limites da consciência do crente de uma forma tal que, por um momento, as outras pessoas da trindade nos céus, podem ser como que ocultadas por um eclipse, e o Espirito Santo se torne o centro e o objeto do pensamento e adoração, e recebe um lugar que Ele próprio não deseja e que não é o propósito do Pai no céu que Ele tenha ou ocupe. `O Espírito…não falará por Si mesmo`(Jo.16:13), disse o Senhor antes do Calvário, quando falou de Sua vinda no Pentecostes. O Espírito deveria agir como Mestre (Jo.14:26), mas ensinaria as palavras de outro, não de Si mesmo; Ele deveria glorificar a outro, e não a Si mesmo (Jo.16:14); Ele daria testemunho de outro, e não de Si mesmo (Jo.15:26); Ele deveria falar somente o que lhe foi dado por outro (Jo.16:13); em resumo, toda a Sua obra seria conduzir almas à união com o Filho e ao conhecimento do Pai nos céus, enquanto Ele mesmo direcionaria e operaria em segundo plano. Mas a abertura do mundo espiritual, que acontece com o enchimento e a obra do Espírito Santo, que agora ocupa a atenção do crente, representam apenas a oportunidade para que o arqui-enganador comece com suas artimanhas de uma nova forma. Se o homem é ignorante a respeito das declarações nas Escrituras sobre a obra do Deus triuno, obedecer ao Espírito é agora seu supremo propósito, e falsificar a direção do Espírito e o próprio Espírito, é agora a estratégia do enganador. 83
A “rede” da qual faz parte LOU ENGLE com seu evento “THE SEND”, sob a inspiração de BILL JOHNSON (Bethel Church), concorda com a visão de um Jesus Cristo que só SE TORNA real se o Espírito Santo quiser. Para além da ênfase equivocada das funções do Espírito Santo, há uma induvidosa ignorância quanto à doutrina da Trindade conforme a revelação escrita.
O escritor sagrado diz que a Palavra de Deus é a “LÂMPADA” para os seus pés (Sl.119:105). Já, para o dono da marca “THE SEND”, LOU ENGLE, “mais que uma lâmpada”, é a BETHEL CHURCH do pastor BILL JOHNSON:
“Bethel é mais que uma lâmpada. É um terreno fértil para jovens avivalistas, pregadores, e profetas que estão sendo formados pelos sonhos de Deus…” 84
Realmente, a “rede” gira em torno da figura do pastor BILL JOHNSON e sua igreja (Bethel Church). Aliás, isso está registrado em um livro escrito pelo próprio pastor BILL JOHNSON:
BILL JOHNSON é um pastor de quinta geração com uma rica herança no Espírito Santo. Juntos, Bill e sua esposa servem um número crescente de igrejas que se associaram no movimento. Essa rede de liderança cruzou as linhas denominacionais, construindo relacionamentos que permitem aos líderes da igreja caminhar com sucesso… 85
Veja que, embora BILL JOHNSON não estivesse na lista de pregadores anunciados para o “THE SEND-BRASIL”, em sua agenda oficial constava que ele estaria presente. 86
A profecia da “rede” falava de um “avivamento” enorme. Os evangélicos não podem mais ficar só acompanhando Deus dirigir a história. Por que Deus quer fazer isso sozinho? Os crentes devem criar um “CÉU NA TERRA” por meio de um realinhamento que molde a história:
“Estamos à beira da enorme revolução espiritual. O povo de Deus apenas suportará a história ou a moldará? Enquanto buscarmos seu rosto juntos, a Igreja pode realinhar significativamente a terra com o céu. Podemos transformar a maré do mal em nossas terras, despertar as nações para a glória de Cristo e forjar a esperança do desespero.”87
Perceba que é mais que uma visão inocente de que temos o comando da história em nossas mãos. É uma convocação para luta de classes, tendo como instrumento a união dos crentes.
O apóstolo Paulo elogia o juízo investigativo dos Bereanos (Atos 17:11). A Escritura era consultada para julgar a palavra do apóstolo. Havia tempo para reflexão. Operando em sentido contrário, a “rede” atrai jovens e adolescentes para confinamento em praças esportivas, usando como isca “shows” musicais ao estilo concerto de “rock & roll”. É coisa pensada, estudada. O ambiente é criado de maneira a favorecer, com facilidade, a exploração coletiva de sentimentos, que o Rev. HERNANDES DIAS LOPES chama de “histeria coletiva”:
“Eu tenho dúvidas se são os evangélicos que estão crescendo…Precisamos de um avivamento e não de histeria coletiva hoje em nome de avivamento. Avivamento não é um emocionalismo histérico, o avivamento é de Deus.” 88
O resultado dessa “histeria” produzirá consumidores de bens e serviços, garantindo fortunas como resultado do “empreendimento religioso”. Nesse ambiente, as multidões são facilmente manipuladas de maneira a aceitarem o inverossímil acriticamente. A Escritura é posta de lado, e os “profetas” ditam o rumo das coisas. O médico e antropólogo francês GUSTAVE LE BOM (1841 – 1931), estudioso da consciência da multidão, identificou o comportamento das massas ante a condução de oradores treinados:
Associação de coisas dessemelhantes, que só possuem entre si relações aparentes e generalizações imediata de casos particulares, tais são as características dos raciocínios das massas. São raciocínios dessa ordem que lhes apresentam sempre aqueles que sabem manipulá-las. São os únicos que podem influenciá-las. Uma cadeia de argumentos lógicos é totalmente incompreensível às massas…foram feitos para conduzir coletividades…O orador, em comunicação íntima com a massa, sabe evocar as imagens que seduzem…Seria supérfluo acrescentar que a impotência das massas em raciocinar corretamente as impede de ter algum traço de espírito crítico, ou seja, de serem aptas para discernir a verdade do erro, de realizar um julgamento preciso sobre o que quer que seja. Os julgamentos que as massas aceitam são apenas os julgamentos impostos e jamais os julgamentos discutidos…As massas são um pouco parecidas com a pessoa adormecida, cuja razão, momentaneamente suspensa, deixa surgir em sua mente imagens de uma intensidade extrema , mas que se dissipariam rapidamente se elas pudessem ser submetidas à reflexão. As massas não sendo capazes de reflexão nem de raciocínio, não conhecem o inverossímil. Porém, são as coisas mais inverossímeis que geralmente mais impressionam. 89
A CONEXÃO DO “THE SEND” (LOU ENGLE) COM A “BÊNÇÃO DE TORONTO.
A “rede” que roda o mundo em circuito de eventos, entre os quais o “The Send”, tem ligação estreita com a denominada “BÊNÇÃO DE TORONTO”. O dono do evento “The Send” (LOU ENGLE), foi influenciado pela “BÊNÇÃO DE TORONTO”, bem como todos da “rede”, tais como CHE AHN e HIDE BAKER. 90
BILL JOHNSON, que inspira LOU ENGLE (The Send), participou das reuniões de “avivamento” em Toronto no ano de 1995. 91
Outro membro da “rede”, apoiador do “The Send”, MIKE BICKLE, também tem ligação com a “BÊNÇÃO DE TORONTO”. 92
O que é a “BÊNÇÃO DE TORONTO”?
A Bênção de Toronto é uma forma de experiência religiosa caracterizada por muitos fenômenos físicos incomuns, como fraqueza corporal e queda no chão; agitação, tremores e movimentos corporais convulsivos; gargalhadas incontroláveis ou gemidos e choro inconsolável; embriaguez aparente; sons de animais e atividade física intensa…além de ser acompanhado por coisas como um sendo elevado da presença de Deus; insights proféticos sobre o futuro; anúncios proféticos de Deus; visões e experiências místicas fora do corpo. 93
Fenômenos desta natureza eram estranhos ao PENTECOSTALISMO CLÁSSICO. JOHN WIMBER (1934 – 1997) e seus seguidores, criam que as igrejas que eram organizadas no sistema denominacional, impediam a ação do Espírito Santo e afastavam os incrédulos, em razão das brigas e disputas próprias da política eclesiástica. A luta pelo poder e ascensão no “quadro de carreira” das igrejas tradicionalmente organizadas em denominações, era tido como um empecilho para experiências genuínas com o sobrenatural. Nesse aspecto de desilusão com as organizações eclesiásticas, compartilhavam das mesmas convicções do nascedouro do pentecostalismo antes do ano de 1906. 94
FRANK BARTLEMAN, um dos companheiros de WILLIAM J. SEYMOUR na Rua Azuza, fonte primária, relata com clareza absoluta que o movimento pentecostal não nasceu para ser uma igreja, uma organização eclesiástica. Relata que uma igreja organizada e pentecostalismo são coisas excludentes, incompatíveis. Afirma que a Igreja do Novo Testamento não progrediu exatamente porque se organizou hierarquicamente. Conclui que a organização de uma igreja no pentecostalismo, é uma “praga” que causa a morte de grupos avivados. 95
No início dos anos 1980, a ênfase no dom de línguas que era preponderante no pentecostalismo clássico (tradicional), encontra agora um movimento neo-carismático que tem na CURA DIVINA e nos SINAIS E MARAVILHAS a sua ênfase. É nesse ambiente que nasce a “BÊNÇÃO DE TORONTO”, como resultado do que chamaram de “LIBERDADE NO ESPÍRITO”96
De todos os fenômenos observados na IGREJA VINEYARD DO AEROPORTO – Toronto-Canadá, a partir de 1994, o que mais ficou em evidência foi a “GARGALHADA INCONTROLÁVEL”. Ficou popularmente conhecida como: “A UNÇÃO DO RISO”.
Foram de tal maneira marcantes e incomuns aqueles episódios no Canadá, que para alguns, a “BÊNÇÃO DE TORONTO” é sinônimo de “UNÇÃO DO RISO”.97
A Revista “ULTIMATO” trouxe em 1996 uma matéria a respeito da “BÊNÇÃO DE TORONTO”, que traz luz no entendimento daquele fenômeno. 98
Para LOU ENGLE (THE SEND), a “BÊNÇÃO DE TORONTO” (UNÇÃO DO RISO) é uma ação do Espírito Santo.
Para o Rev. JOHN WESLEY é uma ação do Satanás:
“Fiquei um pouco surpreso com alguns que foram esbofeteados por Satanás de uma maneira incomum, por tal espírito de gargalhada, que não conseguiam de maneira alguma resistir, embora causasse dor e aflição a eles. Dificilmente eu acreditaria em tal relato se não tivesse sabido da mesma coisa dez ou onze anos atrás. Parte do domingo, meu irmão e eu costumávamos passar o tempo caminhando pelas pradarias e cantando Salmos. Mas um dia, exatamente quando começávamos a cantar, ele irrompeu em uma gargalhada estrondosa. Perguntei-lhe se estava distraído e fiquei muito bravo, até que, logo depois, comecei a rir tão alto quanto ele. Possivelmente não poderíamos refrear, embora estivéssemos prontos a nos rasgarmos em pedaços, mas fomos forçados a seguir para casa sem cantar outro verso.”99
JOHN WESLEY via essas manifestações de “impulsos súbitos da mente”, “sonhos”, “visões” e sinais extraordinários como sendo uma fuga (abandono deliberado) da vontade de Deus expressa em Sua Palavra escrita. 100
Uma revelação escrita disponibilizada a todos quantos queiram ler, permite a liberdade de reflexão, a avaliação, o juízo investigativo. Já os fenômenos supranormais podem ser provocados, e são verificados em estado alterado de consciência. Exatamente por isso, torna as pessoas envolvidas suscetíveis à manipulação. Líderes inescrupulosos sabem disso. Mas não só eles, Satanás também sabe.
Na mesma linha de Wesley, tendo sofrido na pele esses “enganos satânicos”, EVAN ROBERTS (1878 – 1951) escreveu (parte já transcrita aqui) em parceria com JESSIE PENN-LEWIS em 1909, o clássico “WAR ON THE SAINTS” (Guerra Contra os Santos), denunciando os enganos satânicos operados dentro da congregação dos santos, que foram tidos como obra do Espírito Santo.
O evangelista DAVID WILKERSON (1931 – 2011) chegava às lágrimas ao ver que “A IGREJA MODERNA ESTÁ FAZENDO O ESPÍRITO SANTO PARECER UM IDIOTA”. 101
O apóstolo diz que as “manifestações” do Espírito Santo são dadas para o que “for útil” (I Co.12:7). As esquisitices, com especialidade o “RISO INCONTROLÁVEL”, não parece ter utilidade alguma, especialmente se considerarmos que o “controle”, o “domínio próprio” é fruto do Espírito Santo (Gal.5: 22 e 23-NVT).
O respeitado teólogo pentecostal CIRO ZIBORDI, também não vê como sendo uma ação do Espírito Santo a “BÊNÇÃO DE TORONTO”. 102
O saudoso e aplaudido teólogo pentecostal ANTONIO GILBERTO (1927 – 2018), ex-cientista da NASA, via as manifestações da “BÊNÇÃO DE TORONTO” como fruto da manipulação de “ESPERTOS”:
“Cair no Espírito é cair e ficar inconsciente; cair subjetivamente; cair à toda hora; cair em grupo; cair por manipulação de alguém esperto…nas reuniões de RISO NO ESPÍRITO há pouco ou nada de leitura bíblica, de pregação e ensino da Palavra de Deus.”103
O jornal “MENSAGEIRO DA PAZ” traz um depoimento impressionante do pastor PAUL GOWDY, canadense, que foi um dos líderes atuantes na “Toronto Airport Christian Fellowship”, onde surgiu a “BÊNÇÃO DE TORONTO”. Chama tudo o que praticou e viu de “ENGANO SATÂNICO”, “EXPERIÊNCIAS DEMONÍACAS”, e se arrepende de tudo o que viu e praticou ali .104
Quando o teólogo ANTONIO GILBERTO (1927 – 2018) falava de “manipulação de espertos”, ele sabia o que falava. Quem observa com olhar técnico a movimentação das lideranças religiosas, atesta seu compadrio e engenhosidade.
Os sociólogos BRAD CHRISTERSON e RICHARD FLORY relatam no livro “The Rise Of Network Christianity”, que foi formada nos EUA uma “rede” de empreendedores religiosos independentes heterodoxos, que se utilizam de experiências extremas do sobrenatural e técnicas de marketing com apoio da internet, para atrair consumidores jovens. 105
Em última análise, o que buscam os “EMPREENDEDORES”?
O apóstolo Pedro responde: LUCRO
Contudo, assim como surgiram falsos profetas entre o povo de Israel, também surgirão falsos mestres entre vocês. Eles ensinarão astutamente heresias destruidoras…Muitos seguirão a imoralidade vergonhosa desses mestres, e por causa deles o caminho da verdade será difamado. Em sua ganância, inventarão motivos astutos para explorar vocês.
II Pedro 2.1-3 (NVT)
Cada líder da “rede” tem seu evento. LOU ENGLE tem o seu (THE SEND). Essa “rede” funciona como se fora uma startup religiosa onde os líderes formariam uma espécie de “casta. Não é coisa nova, como poderíamos supor. Seria um “NICOLAISMO MODERNO” (Apoc.2: 6 e 15).
Sabemos pouco sobre os “Nicolaítas”. Porém, com certeza, era gente INFILTRADA em nosso meio. Judas os identificou como “manchas em nossas festas” (vs.12). Eram falsos mestres que deturpavam a doutrina dos apóstolos. Sabemos que o Senhor os odiava. Alguns estudiosos sugerem tratar-se do embrião da criação de uma “casta especial” entre os crentes, com o desejo de exercer o domínio. 106
Pedro já alertava sobre isso (I Pedro 5: 1 a 3). O modus operandi desses indivíduos infiltrados entre nós, é sempre criar uma aura de MEDO, misturada a uma boa dose de UFANISMO. É o beliscão e o assopro. Criam a tempestade para vender a bonança. Semeiam o medo e oferecem-se como detentores dos segredos ocultos para a dissipação dele.
UMA STARTUP RELIGIOSA
Uma ideia diferente de lidar com a fé de maneira a produzir dinheiro, é um negócio. Nesse sentido, a “rede” criou uma startup religiosa. Os líderes cristãos evangélicos criaram um modelo de negócio.
Os sociólogos Brad Christerson e Richar Flory estudaram com profundidade a criação dessa “rede”. 107
Identificaram a Igreja Bethel Church, Redding – Cal., pastoreada por Bill Johnson, como sendo uma espécie de centro das operações, verdade confirmada no livro “Invading Babylon” do próprio Bill Johnson. 108
Os membros que compõem essa “rede”, perceberam uma demanda reprimida no “mercado da fé evangélica”. Identificaram uma oportunidade de negócio, um excelente nicho de mercado. Tiveram a ideia de montar um modelo de negócio utilizando um valor caro aos protestantes de todas as matizes: O IDE. Misturaram isso à técnicas de marketing, tecnologia, sobrenaturalismo, espetáculo musical e nenhuma ortodoxia. O vocábulo grego “amartia” (pecado) foi abolido. O plano de negócio inclui vários CEO´s (Chief Executive Officer) que desenvolvem as atividades com nomes variados de eventos em circuito mundial. Como na FÓRMULA 1 e no SURF PROFISSIONAL, correm um circuito mundial com eventos específicos de cada líder da “rede”. São eventos específicos liderados por cada CEO ou seus prepostos, onde os demais membros da rede são chamados de “APOIADORES” revezando-se nos espetáculos que levam diversos nomes:
“THE SEND”, “HEAVEN COME”, “REVIVAL NIGHT”, “HIM KOREA CONFERENCE”, “CATH OF FIRE”, “EKBALO CONFERENCE”, “JESUS EVENT”, “AWAKENING FIRE 2020”, “AWAKENING EUROPE”, “LIGHT THE FIRE AGAIN”, “CONGRESSO INVASÃO DE PODER”, “IRIS GLOBAL SCHOOL”, “SUPERNATURAL LIFE 20/20”, “GLOBAL SUMMIT: 20/20”, “E-21 GLOBAL CONGRESS”, etc.
Seja qual for o nome do evento (estratégia), o modelo de negócio estabelecido é único e obedece a uma estrutura pétrea configurada em uma “profecia” (encomendada):
Nos últimos dias o povo de Deus deveria se reunir em estádios ou auditórios para longas jornadas de jejum e oração. 109
A ideia de “shows” em estádios e grandes auditórios, indica um público alvo preferencial de consumidores: JOVENS E ADOLESCENTES. Tudo pensado. Nada por acaso. Ao estabelecer o modelo de negócio repetitivo e sujeito a aprimoramento, o alcance objetivado teria que ser global, por isso interdenominacional. O circuito de espetáculos vai aos poucos desconstruindo o modelo de prestação de cultos tradicional, gerando uma multidão de consumidores fidelizados como já acontece, inclusive, em Moçambique:
Já não há crentes, mas consumidores em Moçambique. 110
O sociólogo e pesquisador canadense LORNE DOWSON, autor do importante trabalho “COMPREHENDING CULTS: The Sociology Of Religious Movements” – Ed. OUP-Canadá, 2006, identificou algumas características desse tipo de negócio: 111
1) – sensação de pertencimento (eu estive lá; eu faço parte);
2) – liberdade (adotar comportamentos que seriam questionados em locais com regras rígidas estabelecidas);
3) exclusão de hierarquias;
4) – figura do líder (pessoa ou pessoas consideradas com conhecimento e poder diferenciados, fora do normal);
5) – incapacidade de enxergar as decisões da liderança de forma objetiva.
As congregações e denominações tradicionalmente organizadas, são sustentadas pelo binômio dízimo/ofertas. Os escritores do Novo Testamento consideram esse modelo de sustento como atos voluntários (II Co.9:7) dos crentes, geralmente, com vistas ao socorro de necessitados. A essa forma de sustento, se obrigam membros de uma comunidade particularmente considerada. Na startup religiosa (rede), a entrada de dinheiro não vem prioritariamente de “doações”. É um negócio. Os jovens e adolescentes cristãos são vistos como “consumidores”. A Startup vende serviços, livros e exposição multimídia. Nesse modelo, a arrecadação financeira é exponencialmente multiplicada. A experimentação de práticas sobrenaturais é estimulada a jovens e adolescentes crédulos, acríticos e influenciáveis, confinados em um ambiente propício (estádios; auditórios grandes) a torná-los consumidores dos “segredos” de como acessar o mundo das curas e mistérios. Tais segredos estão disponibilizados em livros. Os empreendedores (rede), produzem livros em profusão. Um escreve, o outro faz o prefácio. Um faz a apresentação, o outro escreve. Há uma troca de chancela nos escritos, e, na maioria das vezes, com o “imprimatur” em forma de “prefácio” de BILL JOHNSON. Veja alguns como exemplo:
Livro de: BANNING LIEBSCHER
Nome: “JESUS CULTURE”
Editora: Edilan – 2015
Apresentação de: BILL JOHNSON e LOU ENGLE
Livro de: LOU ENGLE e DEAN BRIGGS
Nome: “O JEJUM DE JESUS”
Editora: Vida – 2018
Apresentação de: BILL JOHNSON
Livro de: ANDY BYRD e SEAN FEUCHT
Nome: “INTEGRITY: Character of The Kingdom”
Editora: Whitaker House, 2016
Prefácio de: BILL JOHNSON
Livro de: CHE AHN
Nome: “MODERN-DAY APOSTLES: Operating In Your Apostolic Office and Anoiting”
Editora: Destiny Image, 2019
Prefácio de: BILL JOHNSON
Livro de: CHE AHN
Nome: “WHEN HEAVEN COMES DOWN”
Editora: Chosen Books, 2009
Prefácio de: ROLLAND e HEIDI BAKER
Livro de: BILL JOHNSON
Nome: “A PRESENÇA”
Editora: Lan, 2013
Prefácio de: HEIDI BAKER
Livro de: MIKE BICKLE
Nome: “PASSION FOR JESUS: Cultivating Extravagant Love For God”
Editora: Charisma House, 2013
Prefácio de: JACK DEERE
Livro de: HEIDI BAKER
Nome: “BIRTHING THE MIRACOLOUS: The Power Of Personal Encounters With God To Change Your Life And The World”
Editora: Charisma House, 2014
Prefácio de: BIL JOHNSON
Livro de: WESLEY e STACEY CAMPBELL
Nome: “PRAYING THE BIBLE: The Book Of Prayers”
Editora: Chosen Books, 2016
Prefácio de: MIKE BICKLE
Livro de: STACEY CAMPBELL
Nome: “ECSTATIC PROPHECY”
Editora: Chosen Books, 2008
Prefácio de: BILL JOHNSON
Livro de: CINDY JACOBS
Nome: “POSSESSING THE GATES OF THE ENEMY”
Editora: Chosen Books, 2008
Prefácio de: C. PETER WAGNER
Livro de: CINDY JACOBS
Nome: “THEW VOICE OF GOD”
Editora: Chosen Books, 2008
Prefácio de: JACK HAYFORD e BILL JOHNSON
Livro de: MICHAEL KOULIANOS
Nome: “HOLY SPIRIT: The One Who Makes Jesus Real”
Editora: Destiny Image, 2017
Prefácio de: BILL JOHNSON
Livro de: ANDY BYRD, SEAN FEUCHT, JEREMY BARDWELL e BRIAN BRENNT Nome: “CULTURE OF REVIVAL: A Revivalist Field Manual- Vol 1 – Perseverance With Joy”
Editora: Fire Fragrance, 2012
Livro de: DANIEL KOLENDA
Nome: “UNLOCKING THE MIRACULOUS THROUGH FAITH AND PRAYER”
Editora: Christ For All Nations, 2016
Prefácio de: LOU ENGLE
Livro de: DANIEL KOLENDA
Nome: “VIVA ANTES QUE MORRA”
Editora: Edilan, 2014
Prefácio de: REINHARD BONNKE
DANIEL KOLENDA, por exemplo, diz ter vendido mais de 190 milhões de livros. Se ganhou apenas R$.1,00 (um Real) em cada livro vendido, terá engordado sua conta em mais de US$ 47.000.000,00 (Quarenta e Sete Milhões e Quinhentos Mil Dólares).
Essa “rede” de empreendedores é uma startup religiosa que está dando certo, e está aberta. Há muitos brasileiros querendo participar disso. Afinal de contas, o “mercado” é grande e com viés de crescimento.
TIRANDO OS OLHOS DO ALTO
LOREN CUNNINGHAM, é um dos fundadores da “JOCUM” (YOUTH WITH A MISSION). WILLIAM R. “Bill” BRIGHT (1921 – 2003), parceiro de LOREN na criação da “JOCUM” estudou no “Füller Seminary-Pasadena” . 112 Compartilhavam da visão de uma espécie de “fé encarnada”, ou seja, de um Cristianismo ancorado prioritariamente em cuidados sociais (pé no chão). Entendiam que a mensagem do Evangelho não visa transformar indivíduos, mas nações. Sob este ponto de vista, para transformar qualquer nação com o Evangelho de Jesus Cristo, sete esferas da sociedade devem ser alcançadas: FAMILIA (lar), RELIGIÃO (igreja), EDUCAÇÃO (escola), MÍDIA (comunicação), ENTRETENIMENTO (artes), FINANÇAS (economia), GOVERNO (política) .113
Mesmo na esfera chamada “RELIGIÃO”, o foco deve ser horizontal, como reclama DANIEL JUSTER Th.D em “O ENSINO DAS SETE MONTANHAS- 2015 – www.revistaimpacto.com.br:
No último século, a igreja evangélica ocidental praticamente abandonou a formação da cultura em favor de um evangelho de fuga, pensando apenas em ir para o céu ao morrer ou no arrebatamento sete anos antes da vinda de Yeshua. Portanto, a igreja abandonou a cultura mais ampla em favor da espiritualidade individual. 114
Em 2009 JOHNNY ENLOW escreveu o livro “A PROFECIA DAS SETE MONTANHAS” (The Seven Mountais Prophecy)- Ed. Shofar, onde deixa claro a ideia central de que o evangelho é um chamado de “NAÇÕES” ao arrependimento, e não indivíduos:
A Igreja está tendo uma oportunidade sem precedentes em manifestar as soluções de Cristo para a sociedade – como estando fora do contexto das quatro paredes. O Senhor está levantando seu povo e lhes dando a oportunidade de cumprir a grande comissão = discipular as nações e não somente indivíduos. 115
Na mesma linha, BILL JOHNSON diz que o “THE CALL”, hoje “THE SEND”: 116
“…está preparando o caminho para aquilo que estamos prestes a iniciar – algo altamente maior do que tudo que o mundo já viu. Creio que este momento na história é importante para produzir efeito justo sobre o destino de muitas nações”.
“…Estamos à beira da enorme revolução espiritual…Podemos transformar a maré do mal em nossas terras, despertar as nações para a glória de Cristo e forjar a esperança do desespero.”
A convicção da desnecessidade de um evangelismo pessoal, sendo o bastante uma luta pela transformação da sociedade por via de uma “invasão” nas esferas de poder da nação, é reiteradamente defendida pela “rede”.
Em 2013 BILL JOHNSON em parceria com LANCE WALLMAN escreveu o livro “INVADING BABYLON: The 7 Mountain Mandate” – Ed.Destiny Image, com colaboração de C. PETER WAGNER, CHE AHN, ALAN VICENT e PATRÍCIA KING . Nessa obra os membros da “rede” defendem a ideia de que não são indivíduos que farão as nações (mundo) melhorarem, mas as nações (mundo) melhoradas, farão com que indivíduos melhorem. No fundo, acreditam que é possível fazer da terra um céu (CÉU NA TERRA).
BILLY GRAHAM (1918 – 2018), FRANCIS SCHAEFFER (1912 – 1984) e JOHN STOTT (1921 – 2011) , lideraram o “Congresso Internacional de Evangelização Mundial”, reunido em Lausanne-Suiça em 1974 .
O Congresso contou com a participação de 2.473 líderes e 100 observadores de 150 países, de 150 denominações protestantes.117 O conclave produziu o chamado “PACTO DE LAUSANNE”. No pacto, ficou bem definido o que é “EVANGELIZAÇÃO”:
“…a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a Ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do Evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado.” 118
Para BILLY GRAHAN e seus companheiros (a maioria), o evangelismo é INDIVIDUAL, e não pode ser confundido com questões de ordem social. Embora o crente tenha o dever de cuidar da justiça social, o faz porque é salvo, e não para ser salvo.
Essa definição clara do que seja EVANGELIZAÇÃO, não agradou os representantes latino-americanos presentes em Lausanne/1974, a ponto do bispo anglicano EDWARD ROBINSON DE BARROS CAVALCANTI (1944 – 2012) dizer:
“Lamentavelmente, o exclusivismo arrogante, estreito, intolerante e opressor que hoje infelicita o nosso protestantismo, veda o livre exame, a diferença, a diversidade, a inclusividade”. 119
C. RENÉ PADILHA e SAMUEL ESCOBAR acompanharam ROBINSON CAVALCANTI no inconformismo. Estavam alinhados com o que, então, era conhecida como “Teologia da Libertação” no seio do Catolicismo Romano de 1971, criada por GUSTAVO GUTIERREZ e difundida por LEONARDO BOFF. 120
É a ideia de que o Senhor Jesus Cristo veio para cuidar de justiça social que conduz à necessidade de se evangelizar NAÇÕES (governos- principados), e não indivíduos.
Os “profetas” do “The Send”, com essa ideia em mente, com a desnecessidade de um evangelismo individual, profetizam que o mundo vai melhorar:
BRIAN BRENNT = “A fé irá vir da América do Sul como você nunca viu antes. Irá permear outras nações na Europa, na Ásia, na África”. 121
TODD WHITE = “No The Send Brasil, vai acontecer algo que nunca foi visto antes…”
A verdade é que não existe uma profecia bíblica sequer dando conta de que a Igreja mudaria o mundo. Ao contrário, há previsão de piora (II Tim.3:13), com aflições (Jo.16:33), perseguições (Mat.10:22 c/c II Tim.3:12), ódio (Lucas 21:17), nação contra nação (Mat.24:7) e o amor esfriará (Mat.24: 11 e 12) .
FRANKLIN GRAHAM, filho de BILLY GRAHAM (1918 – 2018), também fala da deterioração do mundo:
“A Bíblia nos adverte claramente que, à medida que nós avançamos na presente época, as coisas vão piorar. Vão haver guerras e rumores de guerras, fomes, doença, terremotos, pestilência e isto é apenas o começo…” 122
O discurso de que o mundo vai melhorar através da pregação do Evangelho às “NAÇÕES”, isto é, uma luta por melhoria das condições sociais feita através da colocação de crentes em posições estratégicas de governos, ganha contornos de autoridade inquestionável quando dito em tom de “profecia” a crédulos incapazes de fazerem um juízo crítico. Todos sabemos que nenhuma melhoria (que não acontecerá) nas relações internacionais que resulte em paz e justiça, levará uma alma sequer ao céu.
O que estamos vendo é um desprezo escancarado, por exemplo, ao contido em Colossenses 3: 1 e 2. Os olhos da “rede” estão postos NA TERRA (CÉU NA TERRA).
É com base nesse princípio (melhora do mundo) que THEO HAYASHI deixa claro no vídeo de propaganda do “THE SEND-BRASIL” que o “Avivamento” que acontecerá no Brasil tem como objetivo último uma “REFORMA SOCIAL”:
“Vamos ver um avivamento culminar numa reforma social…Nós vamos ter jovens que vão ser empoderados, incendiados pelo Espírito Santo, e virá um novo tempo para a nação brasileira, aonde a igreja vai começar a invadir as ruas. O avivamento começa com o despertar dos santos, com a colheita dos perdidos, mas vai culminar com uma transformação da sociedade.” 123
DAVID JACOBUS BOSH percebe essa visão distorcida da “rede” sobre a obra redentora de Cristo, e registra no livro “MISSÃO TRANSFORMADORA: Mudanças de Paradigma na Teologia da Missão” – Ed.Sinodal, 2002 , importante observação :
“Não é exato sustentar-se – como sói acontecer – que o individualismo seria simplesmente uma invenção do Ocidente. Pelo contrário, o Evangelho cristão, necessariamente, enfatiza a responsabilidade e a decisão pessoais; por isso, o individualismo na cultura ocidental, é, primordialmente, fruto da missão cristã…Visto que somente pessoas, indivíduos, podem responder ao Evangelho, falar de evangelho profético como conclamação de `sociedades e nações ao arrependimento e à conversão` (Watson 1983 b:7) , ou dizer que o `chamamento à conversão, como um chamado ao arrependimento e à obediência, também deveriam ser dirigido a nações, grupos e famílias`(ME 12), significa confundir a questão. Principados e potestades, governos e nações não podem chegar à fé. Apenas indivíduos podem fazê-lo.”124
COONESTAR
É fazer parecer honesto, é reconhecer como autêntico, é honrar o que parece não merecer. Mas também é ser parceiro, é se associar, é proteger, é favorecer, é ter relações de intimidade. Coonestar gera cumplicidade. Há perigo aqui.
O Cristianismo, desde o seu início, sofre com infiltrações de elementos estranhos. A multiplicidade de opiniões não representa problema sério, porque sempre pode ser equilibrada com estudo sério da Palavra de Deus escrita. O problema surge quando indivíduos infiltrados espalham ideias que atacam o cerne da mensagem apostólica. Esses indivíduos, ao longo da história, parecem que são atraentes, sedutores, e isso aumenta o perigo.
Um desses perigos surgidos no final do primeiro século foi o “gnosticismo”. Os apóstolos tiveram grande trabalho no combate daquelas ideias. O escritor sagrado (João), escreveu uma carta impressionante para combater o problema grave que ameaçava a igreja. A sua “Segunda Carta” traz, dos versículos 7 ao 11, o motivo da missiva: advertir contra a falsa doutrina. Qual era essa doutrina falsa? Era a doutrina gnóstica que formulava conceitos sobre a natureza de Cristo. Uma cristologia que negava a união hipostática de Cristo. Por esse pensamento, Jesus Cristo teria sido um homem que nasceu com a natureza caída, pôs de parte a natureza divina, morreu espiritualmente e foi para o inferno sofrer e pagar os pecados da humanidade. Esse conjunto de conceitos, entre outros, foi resumido pelo aposto João como sendo uma doutrina que “NEGA QUE JESUS VEIO EM CARNE” (vs.8). É coisa seríssima, principalmente por causa das implicações soteriológicas que mascaram uma antropologia pelagiana. Essa doutrina precisa ser rejeitada com energia. Mas, não só o ensino deve ser condenado, como os ensinadores de igual maneira. A ordem é rejeitar de maneira radical a heresia e os hereges. A razão pela qual o “apóstolo do amor” parece fugir de suas características dando instruções tão duras, chama-nos a atenção. Indica a gravidade do problema. O perigo é enorme. Os que espalham a falsa doutrina são “sedutores” e com consciência missionária (vs.7 = “saíram pelo mundo). Não se contentam com espaço pequeno de atuação. Jesus alertou sobre os “falsos profetas” (Mat.7:15); Paulo os chamou de “lobo vorazes” (Atos 20:29). João diz que “possuem o espírito do anticristo” porque NEGAM QUE JESUS VEIO EM CARNE.
Uma característica peculiar desses falsos profetas, é que são independentes, pregadores ambulantes com enorme visibilidade e aceitação.
O versículo 10 proíbe o envolvimento pessoal com tais hereges, e o versículo 11 chama a aproximação de CUMPLICIDADE. O “cúmplice” coonesta aquilo que deveria condenar (Ef.5:11).
BILL JOHNSON é o aglutinador do pensamento teológico da “rede”. Em seu livro “WHEN HEAVEN INVADES EARTH” – Ed.Destiny Image Inc., 2005 , publicado em português pela Editora Vida sob o título “QUANDO O CÉU INVADE A TERRA”, defende posição contrária à doutrina ortodoxa da “união hipostática” de Cristo.
O apóstolo João escreveu sua Segunda Carta exatamente para dar instruções para que a igreja rejeite esses tipos de ensinamento e doutrinadores.
AFASTAR-SE OU APROXIMAR-SE?
“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos símplices.”
Romanos 16.17-18
A ameaça é específica. Qual é? A doutrina falsa. As convicções transmitidas pelos apóstolos eram dogmáticas; afirmações objetivas. Paulo não permitia o esvaecimento da fé, reduzindo-a a impulsos engenhosos da mente humana. A primeira ordem é para identificar (notar) quem estava ensinando doutrina falsa.
Na docência do Rev.Hernandes Dias Lopes, aprendemos que “ortodoxia é doutrina certa; piedade é vida certa” (hernandesdiaslopes.com.br- “Ortodoxia e Piedade). Aqui, Paulo condena a falta de ortodoxia. Para ter “doutrina certa” (ortodoxia), é preciso estudo sério da Escritura Sagrada. A apreensão das verdades da revelação escrita, torna evidente qualquer aberração ensinada.
Os manipuladores, costumam agir com excepcional eficácia na cooptação de vítimas de seus ardis. Enleiam desatentos e ingênuos. Contudo, os estudiosos da Palavra de Deus escrita, são capazes de identificá-los. Uma vez identificados, a segunda ordem é: “DESVIEM-SE DELES!”
É UMA ORDEM! Não é uma SUGESTÃO.Não cabe no trato com tais “mestres” o oferecimento de “ósculo santo” (vs.16), ou mesmo uma tolerância na fé (Rom.14:1). A radicalidade nos é imposta pelo escritor sagrado: “FIQUEM LONGE DELES!”.
Muitos irmãos fiéis a Cristo e à Sua Palavra, na história do cristianismo, viram-se envolvidos com a proximidade de FALSOS MESTRES. Tiveram que tomar decisões.
Relato aqui, apenas para exemplo, dois casos emblemáticos:
1) JOHN WESLEY
2) FRANCIS CHAN
-WESLEY
Pouco tempo depois de ter experimentado grande regozijo na presença de Deus com os irmãos da Sociedade de Fetter Lane, na madrugada de 01.01.1740 , chega àquela congregação, de passagem para Pensilvânia (Out/1739), o jovem (25 anos) pastor moraviano PHILIPPE HENRIQUE MOLTHER (1714 – 1780). Logo passou a ensinar ali. Permaneceu lá até setembro de 1740. Apenas uns onze meses, mas o estrago foi incomensurável. Era um “místico” no sentido pleno da palavra. Dava ênfase à eventos sobrenaturais, mistérios e conhecimentos ocultos, secretos. Primava por experiências diretas com a divindade ao arrepio da revelação escrita (Bíblia). Arrogava-se uma espiritualidade superior, desprezando os meios de graça, especialmente o estudo e ensino das Escrituras. Contaminou a comunidade dos santos. Wesley disse a respeito:
“Minha alma está enojada desta teologia sublime. Desejo pensar e falar como criancinha!…Que sejam os meus mais preciosos talentos a mansidão, a temperança, a paciência, a fé e o amor; e as palavras mais sublimes que eu empregue em ensinar, sejam as que aprendo no Livro de Deus”.
Este abandono do “LIVRO DE DEUS”, era coisa do misticismo, e, embora PHILIPPE H. MOLTHER fosse um moraviano, a doutrina que ensinava nada tinha a ver com o “Pietismo” ensinado por PHILIPP JACKOB SPENER (1635 – 1705), consubstanciados em seu “PIA DESIDERIA” de 1675. SPENER era um estudioso das Escrituras Sagradas. Martin Bucer (1491 – 1551), contemporâneo e amigo de João Calvino, havia criado pequenos grupos de estudo da Palavra de Deus (Bíblia)- [Joel Comiskey em: “2000 Anõs de Grupos Pequeños: Uma História Del Ministerio Celular Em La Iglesia” – Cep.6= Martin Bucer y Los Grupos Pequeños- Ed.CCS Publishing, 2015] . Cerca de um século depois, PHILLIPE J. SPENER copia BUCER, criando as “Collegia Pietatis” (escolas de piedade), onde pequenos grupos de crentes eram reunidos para estudo da Palavra de Deus (Bíblia). [https://britannica.com – “Collegia Pietatis”]. Spener estudava e estimulava o estudo da Bíblia. O ensino de uma inclinação a uma religiosidade de mistérios, experiências diretas com a divindade e abandono do estudo das Escrituras, era uma herança de “Dionísio” do Sec.V. No “corpus areopagiticum”, que é um conjunto de textos de Dionísio, consta sua “Teologia Mística”. Esse tratado de Dionísio, tinha se tornado o livro predileto dos moravianos da Sociedade de Fetter Lane. Wesley disse desse livro:
“…está cheio da super-essência das trevas, uma massa efervescente do caos da imbecilidade mística.”
Wesley finalmente, em 1740, decide “AFASTAR-SE” dos moravianos, não porque eram “pietistas”, mas porque eram “místicos” .
Em seu discurso de despedida (retirada), Wesley disse:
“Eu vos tenho advertido repetidas vezes, a voltarem para Lei e o Testemunho”.
Wesley aconselhou uma volta à Palavra de Deus escrita, porque o misticismo é uma fuga dela.
Escrevendo a seu irmão Samuel a respeito dos moravianos, disse:
“Até aqui não ouso, de forma alguma, me unir com os moravianos; porque o seu sistema, em geral, é místico, não escriturístico; refinado acima de tudo que está escrito, infinitamente além do simples Evangelho; porque há manifestação e segredos em todas as suas maneiras…Principalmente, por estas razões, quero antes, Deus me ajudando, ficar inteiramente sozinho do que me unir com eles”.
Wesley preferia ficar só com a ortodoxia, do que ganhar popularidade com o misticismo inconsequente.
Wesley também abominou o “estilo suave de pregar” que os moravianos tinham. Dizia que: “O que chamam vulgarmente de sermões evangélicos, tornou-se agora em frase cantada; eu desejaria que ninguém a empregasse em nossas sociedades. Mal apareça um animal orgulhoso e ousado, que não possui nem juízo nem graça; bradando algo acerca de Cristo, e seus ouvintes clamam: ‘Que lindo sermão evangélico!’ É certo que os Metodistas não aprenderam assim de Cristo”.
Wesley abominava a cantoria ao invés de pregação, e ficava decepcionado com o aplauso e aprovação que crentes incautos davam àqueles pregadores sem conteúdo.
Em 04 de abril de 1755, uma sexta-feira, já esgotado e decepcionado por ver o estrago que o misticismo havia causado por onde passou, deixou registrado:
“…A semente que durante tantos anos tem-se semeado, foi destruída pelos javalis, os antinomianos blasfemos, brutais, selvagens e imundos a tem destruído por completo…E as raposas místicas têm cuidado em destruir qualquer resto com seu novo evangelho”.
Lamentavelmente “as raposas místicas” ainda estão por aí.
Wesley cumpriu a ordem: “DESVIEM-SE DELES!”
Fonte: https://metodistavilaisabel.org.br –“O Romprimento de João Wesley Com Os Moravianos”- Rev. W.H.Fitchett –
2) FRANCIS CHAN
O evento “The Send” teve duas edições com esse nome. Uma em Orlando-EUA, e outra no Brasil. Nessas duas edições, o respeitado pregador Francis Chan usou a palavra.
Por ser um pregador considerado sério, absolutamente contrário aos fundamentos da “rede”, causou desconforto nos crentes bíblicos sua participação em um evento criado e gerido por defensores da “NAR”. E mais que isso, compartilhar o mesmo palco com famosos hereges infiltrados no meio da igreja de Cristo.
Pressionado a dar uma resposta, Francis Chan tentou esclarecer seu posicionamento quanto à sua “comunhão” com falsos mestres:
“POR QUE VOCÊ NÃO DENUNCIOU PUBLICAMENTE CERTOS PREGADORES?
Eu acredito que é absolutamente bíblico denunciar certos falsos mestres e pedir às pessoas que fujam de seus ensinamentos. Vemos Paulo fazendo isso nas Escrituras. Vivemos em uma época em que é difícil descobrir a verdade sobre qualquer pessoa, porque há muitas vozes que declaram suas opiniões como fato. Então, agora eu tenho uma equipe de pessoas pesquisando para tentar diferenciar rumores e verdades. Ao reunir essas informações, procurarei professores e abordarei as questões de maneira bíblica (Mateus 18). Vou orar e buscar o arrependimento deles em amor. Se não houver arrependimento, acredito que é correto advertir contra falsos mestres e separar-nos deles… a menos que os presbíteros da minha igreja me direcionem de maneira diferente, continuarei sendo encontrado pregando em locais com aqueles que discordo. Pregarei em praticamente em qualquer tipo de ambiente, se tiver a liberdade para pregar a partir de qualquer passagem das Escrituras. Os anciãos e eu estaremos tentando criar mais salvaguardas para eventos futuros…”
www.wearechurch.com – “Response To Some Concerns By Francis Chan
São dois posicionamentos diferentes. Um (Wesley) se afasta de hereges. O outro (Chan) se une.
O Rev. JOHN WESLEY viu a catástrofe à sua frente e tomou uma decisão tão radical quanto a Bíblia permitia.
Já FRANCIS CHAN, ao que parece, foi aconselhado por seus “presbíteros” a continuar unido aos FALSOS MESTRES.
CONCLUSÃO
Diante desses alertas, duas ponderações de pessoas de bom coração normalmente são feitas:
1) “SE ESSA OBRA FOR DE DEUS, PERMANECERÁ!”
A base é Atos 5: 34-39
É preciso fazer a hermenêutica correta. Trata-se de uma descrição e não de uma prescrição. Gamaliel era um rabino fariseu. Não era um cristão. Não é desconhecido de ninguém a existência de seitas que surgiram muito antes do Cristianismo que existem até hoje.
2) “O IMPORTANTE É QUE ESTÃO PREGANDO O EVANGELHO!”
A base é Fp.1:15 – 25
Aqui o problema é a ignorância quanto ao que é o Evangelho. Se “por inveja”, “porfia” ou “por contenção” alguns pregam o Evangelho legítimo, essas maneiras não passam a ser “puras” (Fp.1:17). As motivações continuam erradas.
O que se verifica com um mínimo de atenção, é que a “rede”, além da maneira “impura” (motivações) de pregar, não prega o Evangelho genuíno. O resultado é que estão produzindo uma multidão de “quase cristãos”, como diria o Rev. John Wesley. 125
O ser humano, por natureza, busca o contato com o divino, com o sobrenatural. No Cristianismo quis Deus revelar-se através de Sua Palavra (Heb.1:1 c/c Jo.1:1; Jo.14:6; Jo.17:17 e Apoc.19:13). Essa palavra escrita põe freios, estabelece limites, impõe regras objetivas e balizas que não podem ser ultrapassadas. Isso tem sido chamado de “ortodoxia”. A “ortodoxia” tira o homem do centro. Isso, desde cedo no Cristianismo, incomodou líderes presunçosos. O desejo de ter o comando das ações divinas nas mãos, tem levado muitos ao longo da história a não concordarem com a autoridade ÚNICA de uma palavra escrita. Alguns, temerosos, elaboram um discurso admitindo uma certa superioridade das Escrituras (ela teria a primazia), sem, contudo, deixarem de defender uma autoridade compartilhada com o que consideram outras “autoridades”.
Chamam a defesa da autoridade ÙNICA e SUFICIENTE das Escrituras de “ortodoxolatria”. Optam por ficar à mercê de percepções supra sensoriais, ou como diria o Rev. John Wesley, de “impulsos súbitos da mente”. Na busca por esse estado alterado de consciência (EAC), criam rituais favorecidos por ritmos e músicas, na espera de que isso atraia sinais extraordinários que possam ser tidos como “voz de Deus”. Distantes da Escritura, têm produzido grande número de heresias, fazendo o povo errar (pecar). Darão contas disso a Deus naquele dia:
“…Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? (Mt.7: 21 e 22)
Ouvirão do Senhor:
“…nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt.7:23)
Vemos assim, com clareza, que o abandono da “ortodoxia” jungido às ações humanas extraordinárias, são tidos pelo Senhor como prática de “iniquidade”. Esse é o resultado final. Qualquer movimentação que pressuponha a conversão massiva de milhares de pessoas como fruto de engenho humano, é um atentado contra a verdade relatada no Novo Testamento (Mat.5:10; Mat.10:34 -39; Jo.15:20; Rom.8: 35-37; Rom.12:14; II Co.4:8 -9; II Co.12:10; Heb.13:13; I Pedro 4: 12-16; Apoc.2:10). É falsa a cosmovisão de um cristianismo que produz resultados econômicos, compadrio midiático e proximidade com esferas de poder político. O Evangelho genuíno é de natureza confrontadora, produz conflito, causa repulsa, perseguição, e, exatamente por isso, a aquiescência rasa das massas, faz a prova da adulteração da mensagem pregada.
A.W. TOZER dizia que a igreja se cansou das perseguições, e, julgando não poder vencer o mundo, aliou-se a ele. 126
O “príncipe dos pregadores” era como uma voz que clamava no deserto no velho continente:
“Algo acontece no declarado arraial do Senhor, tão grosseiro em seu descaramento, que até os cegos espirituais dificilmente deixarão de perceber. Este mal tem se desenvolvido em proporções anormais durante os últimos anos e vem agindo como fermento, até que toda massa fique levedada. Raramente o diabo fez algo tão engenhoso quanto sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. Da pregação ousada, como faziam os Puritanos, a igreja foi baixando o tom de seu testemunho, depois, tolerou e justificou as trivialidades de sua época, para, em seguida, começar a aceitá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adota sob o pretexto de ganhar multidões”.127
SPURGEON viu o que estava prestes a acontecer. A razão pela qual o continente europeu é hoje considerado “pós-cristão”, não é por ter escassez de bebês, colapso de valores familiares, invasão islâmica, ou mesmo por seu elevado “IDH”. A raiz da catástrofe está no abandono da Palavra de Deus escrita como única e suficiente regra de fé e prática. Com o abandono da Escritura Sagrada, a pregação do genuíno Evangelho, que não é proclamação de sabedoria humana e nem de sinais milagrosos (I Co.1: 21 a 23), passou a deixar de ser feita. Pararam de pregar o Evangelho verdadeiro. Com a morte das gerações passadas, a nova geração passou a ter um cristianismo nominal, e aos poucos, foi tornando-se agnóstica. Esse é o triste quadro. Embora os crentes anteriores tenham prevaricado e provocado a situação atual, o próprio Deus os sustentou enquanto viveram. Não se trata, portanto, de duvidar da salvação daqueles que foram alcançados pela Graça na Europa do passado, mas, apenas, registrar o desastre que sua inépcia provocou, que é um quadro semelhante ao que se desenha hoje no continente americano.
A movimentação das massas numa tentativa de apresentar resultados estatísticos, alheios à natureza inquiridora da mensagem do Senhor Jesus, indica os “tempos difíceis” (II Tim.3:1; II Tim.4: 1 a 5) de que falou Paulo.
Há um abandono das Sagradas Escrituras como autoridade ÚNICA e SUFICIENTE. Esse abandono já havia sido detectado pelo Rev. JOHN WESLEY, no fim de sua vida (02.07.1789) , a exatos um ano e oito meses de sua morte, quando lamentou:
“Aqui estou. Eu e minha Bíblia. Eu não irei, eu não ousarei mudar desse livro coisa grande ou pequena. Eu não tenho poder para dispensar um jota ou um til do que esteja contido aqui. Eu estou determinado a ser um cristão bíblico, não quase, mas totalmente. Quem for me encontrar neste terreno, junte-se a mim nisso, ou não se junte afinal”. 128
Temendo e lamentando pelo rumo das coisas, e esperando que o “remanescente fiel” se levante a tempo, quero aqui me juntar ao Rev. John Wesley em afirmar a Escritura Sagrada como Única e Suficiente regra de fé e prática cristã.
UM CONSELHO
Jesus Cristo não se impressiona com performance.
BILLY GRAHAM, talvez tenha sido o evangelista mais importante da história do Cristianismo depois do apóstolo Paulo. Veio ao Brasil algumas vezes. Era comprometido com a fidelidade à Palavra de Deus escrita. Chegava a citar 65 vezes textos bíblicos diferentes em seus sermões. Em todas as suas pregações fazia o confronto com o pecado, convidando o pecador ao arrependimento.
Já avançado em dias, com toda a sua experiência, certamente considerando tudo que viveu em sua longa trajetória de cruzadas, idas e vindas, toda sua extensa lista de atividades, faz uma consideração sábia que deveria nos servir de lição. Perguntaram a ele:
“Se você fosse um pastor de uma grande igreja numa cidade grande, qual seria seu plano de ação?…“
Eu acho que uma das primeiras coisas que eu faria seria pegar um pequeno grupo de oito, dez ou doze pessoas à minha volta que se encontraria algumas horas por semana e pagaria o preço! Custaria a eles algum tempo e esforço. Eu compartilharia com eles tudo que tenho, em um período de anos. Então eu efetivamente teria doze ministros entre os leigos que por sua vez poderia pegar oito, dez ou doze mais e ensiná-los. Eu sei de uma ou duas igrejas que estão fazendo isso, e isso está revolucionando a igreja. Cristo, eu acredito, estabeleceu o padrão. Ele passou a maior parte do tempo com seus doze homens. Ele não gastou com a multidão. De fato, toda vez que ele tinha uma grande multidão, parece a mim que não havia tantos resultados. Os grandes resultados, parece-me, vieram nessa interação pessoal e no tempo que ele gastou com seus doze”.129
Quanto a mim, depois de fazer esse alerta (duro, antipático) em forma de pesquisa, considero-me “limpo do sangue de todos”.
Presbítero Ivo Damas Matias
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121 – Vídeo : “The Send – A New Era” – Thesend.org.br
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