Vida Cristã

Pregação Reformada Experimental

A pregação reformada experimental (ou experiencial) é um estilo de pregação bíblica, profundamente enraizado na tradição Reformada e Puritana, que busca aplicar a verdade da Escritura não apenas à mente, mas também ao coração e à experiência pessoal do ouvinte.

O termo “experimental” vem do latim experimentum, que significa “teste” ou “prova”. No contexto teológico, refere-se à necessidade de a pessoa experimentar as grandes verdades da Palavra de Deus em sua própria vida e testar suas experiências pelo toque da Escritura Sagrada.

É uma pregação que se recusa a ser meramente:

  • Intelectual: Apenas transmitindo conhecimento e doutrina sem mover a alma (luz sem calor).
  • Emocionalista: Apenas buscando reações sentimentais sem base na verdade bíblica (calor sem luz).

Suas Características Principais

1. Doutrinária e Bíblica

Infelizmente em nossos dias os pregadores tem falado apenas de experiências pessoais, falta intencionalidade na pregação. Alguns leêm o texto, mas não se dão ao trabalho de explicar o significado do texto. Não nutrem o rebanho de Cristo com a doutrina Histórico Gramatical. Por isso, os crentes de hoje em dia estão doentes e inseguros sobre sua fé.

A proposta da pregação experimental é sempre ser fiel e sólida na exposição das doutrinas da Bíblia. O sermão é fundamentado na verdade objetiva da Palavra de Deus e na teologia, ou seja, na confessionalidade da igreja local (ex. credos e confissões reformadas).

2. Experiencial

Muitas vezes existe um abismo entre a doutrina bíblica e a relação que ela tem com o nosso dia a dia. É como se a Palavra de Deus ficasse apenas no âmbito do conhecimento e da intelectualidade, mas não descesse para o coração.

Nesse sentido, a pregação experimental busca mostrar como as doutrinas bíblicas se manifestam e devem ser vividas na experiência real. Ela aborda nossas lutas, nossas dúvidas, nossas alegrias,  e as nossas tentações no progresso da vida de fé. Ela deve tratar:

  • Como as coisas andam (a luta contra o pecado e as imperfeições, por exemplo, em Romanos 7).
  • Como as coisas Deveriam andar (o ideal da vida cristã, por exemplo, em Romanos 8).
  • O objetivo final (a esperança e a glória futura).

3. Discriminatória (fazer uma distinção)

Onde a Palavra de Deus é má ministrada, o falso cristão se sente confortável na congregação dos Santos. Como uma anestesia para o inferno, as pessoas não são exortadas e nem é exposta a maldade dos seus corações.

Por isso, a pregação experimental é crucialmente discriminatória, ou seja, ela traça uma linha clara de distinção entre o verdadeiro crente e o descrente, o hipócrita e o convertido. O pregador aplica as marcas da graça (os frutos da fé verdadeira) para que o ouvinte possa examinar sua própria alma e diagnosticar sua condição espiritual perante Deus (por exemplo, 2 Coríntios 13:5). Isso serve para:

  • Consolar o verdadeiro crente.
  • Expor as falsas esperanças do descrente.

4. Aplicativa

Na maioria das vezes os sermões tem sido 95% informações e 5% de aplicações. O sermão não tem sido explorado de uma forma que mostre nossa condição atual, mas apenas em como nós deveríamos estar. Nisso os legalistas são ótimos, em falar como o outro deve andar.

Mas o pregador deve ter como objetivo a glória de Deus, o objetivo dele deve ser em conduzir a igreja de maneira pessoal, para que possam glorificar a Deus. Por isso, a necessidade de mostrar o nosso estado atual e onde deveríamos estar, a fim de que glorifiquemos o nosso Senhor de maneira pessoal e comunitária.

A proposta então é que a aplicação não é um apêndice superficial no final do sermão, mas está tecida em toda a mensagem. Ela mostra ao ouvinte o que fazer com a verdade pregada, como ela deve mudar sua vida, seus afetos e suas ações em todas as áreas da existência (família, igreja, trabalho, etc.).

4. Teocêntrica

Talvez você possa questionar essa abordagem por ser antropocêntrica e não teocêntrica, mas isso não é verdade. Uma vez que ela mira à glória de Deus, sua motivação está correta. Teologia aplicada na vida para a glória de Deus. Como disse Packer:

J.I. Packer: “Quando os puritanos enfatizavam a experiencia da alma, eles não faziam isso para que sua finalidade fosse o homem, mas eles enfatizavam a esperiência espiritual para traçar neles mesmos a obra do Espírito Santo, para que fossem impulsionados ao Senhor Jesus Cristo para dar toda glória a Deus por Sua obra neles”.

Resumo

Como seria brilhante se todas as igrejas enxergassem a beleza que há na relação das Escrituras com o nosso ser.

Por isso, objetivo final dessa pregação é iluminar a mente com a verdade de Deus para aquecer o coração com a glória de Cristo, levando o crente a uma vida de santidade prática e de comunhão íntima com Deus através do Espírito Santo. É um chamado para provar e viver o que a Escritura ensina. Isso é o que os reformadores chamavam de religião vital.

 

Adaptado da mensagem de Joel beeke.

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Rafael Soletti Martin, Relembrando, Revivendo e Rapartindo com a Igreja as verdades de Cristo.

 


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